sexta-feira, 17 de abril de 2009

EUA reafirma compromisso para criação de dois Estados





da Efe, em Ramallah

O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, reafirmou ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, o compromisso de seu país com a solução de dois Estados, que nesta quinta-feira tentou impulsionar diante do novo governo de Israel.
Thaer Ganaim/Efe
Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e enviado dos EUA, George Mitchell, se encontram na Cisjordânia
Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e enviado dos EUA, George Mitchell, se encontram na Cisjordânia

A criação de um Estado palestino "não é só do interesse dos palestinos, mas também do interesse de Israel e de toda a região, e Washington considera essa solução como a única e a melhor", disse Mitchell aos jornalistas em Ramallah.

O chefe de negociação palestino, Saeb Erekat, que esteve presente no encontro entre o enviado americano e Abbas, disse, em entrevista coletiva posterior, que os dois "enfatizaram o compromisso mútuo da administração [do presidente dos EUA, Barack] Obama e da liderança palestina com a solução de dois Estados".

Erekat destacou que "a administração Obama tem um papel crucial como um moderador equânime e honesto entre palestinos e israelenses", e acrescentou que "o êxito de seus esforços para reativar o processo de paz está, em grande parte, em sua habilidade para realizar essa tarefa".

Colônias

Abbas reiterou a Mitchell suas exigências de que seja interrompida a atividade nas colônias israelenses, as instituições palestinas em Jerusalém Oriental sejam reabertas e haja o fim das restrições de movimento na Cisjordânia e do bloqueio sobre Gaza.

Além disso, disse ao enviado americano que, até que o governo do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirme "inequivocamente" seu apoio à solução de dois Estados e seu reconhecimento dos anteriores acordos, os palestinos não terão "um parceiro para a paz".

Segundo Erekat, a exigência de Netanyahu de que os palestinos reconheçam a Israel como Estado judeu antes de iniciar qualquer tipo de negociação --não incluído em anteriores acordos de paz-- só serve para "paralisar o progresso nas negociações" e mostra que "Netanyahu não pode conseguir a paz".

"A OLP [Organização para a Libertação da Palestina] já reconheceu o Estado de Israel", disse Erekat, acrescentando que "Netanyahu rejeita inclusive mencionar um Estado palestino".

Mitchell viajou nesta sexta-feira a Ramallah, pela terceira vez desde que chegou ao cargo, no início deste ano, e se encontrou nesta quinta-feira, pela primeira vez, com o novo governo conservador de Israel.

O americano transferiu a Netanyahu e a seu ministro de Exteriores, Avigdor Lieberman, líder do partido de extrema-direita Yisrael Beiteinu, que os EUA continuam comprometidos com a criação de um Estado palestino e que espera ver esforços para rumo à paz nesse sentido.

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