terça-feira, 26 de maio de 2009

Israel aceita sair de colônias ilegais por apoio dos EUA contra Irã




Premiê Binyamin Netanyahu aceita deixar colônias ilegais por apoio



da Folha Online

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, está disposto a desmantelar mais de 20 colônias ilegais na Cisjordânia nas próximas semanas, em troca de mais apoio dos Estados Unidos aos assentamentos sancionados e também diante da ameaça nuclear iraniana, informa a imprensa israelense.

"Há temas que são mais importantes e urgentes, como a ameaça iraniana. Há coisas sobre as quais devemos fazer compromissos. Identifico o perigo e por isso vou tomar decisões impopulares como esvaziar as colônias ilegais", afirmou Netanyahu nesta segunda-feira.
Tara Todras/AP

As declarações de Netanyahu foram feitas durante a noite em uma reunião a portas fechadas do partido conservador Likud, segundo o jornal "Yediot Aharonot".

"A ameaça iraniana predomina sobre o restante", acrescentou Netanyahu, líder do Likud, que criticou os membros do partido por falar "o tempo todo de colonização".

Citado pelo jornal "Haaretz", Netanyahu lembrou na reunião, qualificada de "agitada", que antes das eleições legislativas de fevereiro já havia declarado compromisso de encerrar a ocupação ilegal nos territórios palestinos.

"Nossa relação com os EUA é de grande importância. Nossas prioridades devem estar em concordância com as exigências de segurança nacional e devemos nos unir para evitar o perigo", declarou, em referência ao polêmico programa nuclear do Irã, que a comunidade internacional, liderada por Israel e EUA, dizem servir para produção de armas --acusação que Teerã nega.

Segundo o site do jornal "Yediot", Israel pode aceitar desmantelar 26 colônias ilegais nas próximas semanas, mas informando que retomará a construção vinculada ao "crescimento natural" das colônias existentes na Cisjordânia.

Na semana passada, o presidente dos EUA, Barack Obama, se reuniu com Netanyahu e exigiu que Israel interrompesse o crescimento dos assentamentos. Netanyahu, contudo, ignorou a pressão e afirmou que seu governo continuará construindo casas em colônias já existentes.

Segundo a agência de notícias Associated Press, o ministro de Defesa de Israel, Ehud Barak, trará a nova proposta para os assentamentos para funcionários de alto escalão americanos durante sua visita a Washington, na semana que vem.

Sob os termos do mapa apoiado pelos EUA como proposta de paz para o Oriente Médio, Israel deve retirar os postos de controle e interromper a construção em colônias já existentes. O compromisso, contudo, não foi cumprido.

Pressão

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mamhoud Abbas, deve se reunir com Obama nesta quinta-feira (28) na Casa Branca e pressionar por um congelamento completo dos assentamentos.

"Qualquer tentativa de evitar o cumprimento do mapa sobre atividades de assentamento é inaceitável", disse o negociador palestino Qureia.

"O que significa um processo de paz quando os assentamentos continuam em territórios palestinos?", criticou.

Abbas disse não haver motivo para se encontrar com o novo primeiro-ministro de Israel a menos que a construção dos assentamentos seja congelada e Israel concorde em abrir negociação sobre a independência palestina.

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