sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Hamas diz que escalada de violência em Israel e Cisjordânia é nova Intifada


AFP - Agence France-Presse
Publicação: 09/10/2015 12:52 Atualização:

Jerusalém (AFP) - Uma nova onda de ataques a facadas e disparos sacudiu nesta sexta-feira Israel e os territórios ocupados, incluindo a primeira agressão de um judeu contra árabes, em uma escalada de violência que o líder do Hamas classificou de nova Intifada.

"Pedimos para reforçar e intensificar a Intifada. É o único caminho que levará à libertação dos territórios ocupados", afirmou Ismael Haniyeh, chefe do Hamas em Gaza, durante a oração muçulmana semanal em uma mesquita em Gaza.

"Gaza cumprirá seu papel na Intifada de Jerusalém e está mais que disposta ao confronto", acrescentou, afirmando que a atual onda de violência é uma nova Intifada, a exemplo da revolta palestina de 1987 e 2000.

Nesta sexta, um judeu esfaqueou quatro homens - árabes israelenses ou palestinos - na cidade de Dimona (sul de Israel) antes de ser detido.

O agressor, com antecedentes policiais, alegou ter atacado os homens porque "todos os árabes são terroristas".

Esse é o primeiro ataque com faca cometido por um judeu contra árabes israelenses ou palestinos desde o início, no sábado, de uma onda de agressões similares contra israelenses.

Em plena escalada de violência na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, os árabes israelenses, 17,5% da população de Israel, começaram nos últimos dias a protestar em favor dos palestinos. 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou este ataque.

"O primeiro-ministro condena firmemente o ataque contra árabes inocentes (...) A justiça perseguirá quem exercer a violência e violar a lei, seja qual for o lado em que estiver", segundo um comunicado publicado por seus serviços.

Pouco depois, um adolescente judeu de 16 anos ficou levemente ferido a facadas por um palestino de 18 anos, em uma rua próxima à grande artéria que separa os bairros judeus ortodoxos dos bairros palestinos.

A escalada de violência prosseguiu com um palestino que feriu levemente com uma faca policial israelense, antes de ser abatido, em uma colônia israelense da Cisjordania ocupada, e com uma tentativa de ataque com faca por parte de uma mulher no norte de Israel, que depois foi ferida a bala.

O conflito chegou à fronteira com Gaza, onde cinco palestinos foram mortos por disparos israelenses, que responderam a um ataque com pedras jogadas contra eles.

Estes são os primeiros palestinos mortos na Faixa de Gaza desde o início da escalada de violência entre palestinos e israelenses.

Outros 25 habitantes de Gaza ficaram feridos, vários gravemente, nesses confrontos.

"Cerca de 200 palestinos se aproximaram na barreira de segurança, jogando pedras e queimando pneus, e as forças de segurança israelenses responderam disparando contra os principais instigadores para evitar que avançassem e para dispersá-los", informou uma porta-voz do exército israelense.

Onda de terrorismo
Netanyahu denunciou na véspera que Israel enfrenta uma "onda de terrorismo", principalmente não organizado, mas favorecido pela incitação ao ódio da parte da Autoridade Palestina, do movimento islamita Hamas e de alguns países regionais.

Netanyahu, que se expressou durante uma coletiva de imprensa, prometeu agir com "determinação" contra a violência, mas reconheceu que não há "solução mágica" para combatê-la.

Muitos israelenses começam a olhar por sobre os ombros, enquanto um telefonema para a polícia relatando uma pessoa suspeita de portar um objeto semelhante a uma faca em Jerusalém Ocidental provocou uma enorme mobilização policial.

Em meio à tensão, Israel começou a instalar detectores de metais na Cidade Velha de Jerusalém, importante centro religioso e turístico.

Normalmente muito movimentadas, as ruas da Cidade Velha de Jerusalém Oriental, a parte palestina de Jerusalém anexada e ocupada por Israel, eram ocupadas na quinta por centenas de policiais e apenas alguns turistas e peregrinos.

A nova onda de violência tem provocado há uma semana comparações com as Intifadas palestinas de 1987 e 2000. Os palestinos, em sua maioria jovens, têm deixado sua raiva contra décadas de ocupação explodir.

Neste contexto, Israel voltou a proibir o acesso à Esplanada das Mesquitas aos homens com menos de 50 anos durante a grande orações muçulmana de sexta-feira.

Tais restrições de idade, regularmente promulgadas em momentos de tensão, são concebidas como uma tentativa de reduzir o risco de confrontos no interior e nas imediações da Esplanada, terceiro lugar mais sagrado do Islã.

Centenas de judeus se manifestaram na noite de quinta-feira em Jerusalém, gritando "morte aos árabes" e "se não houver árabes, não atentados".

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial