Dubai inaugura maior arranha-céu do mundo
O prédio mais alto do mundo, Burj Dubai - que em árabe quer dizer Torre Dubai - será aberto nesta segunda-feira (4) em Dubai.
A construção do edifício mais alto do mundo, erguido em Dubai, contou com funcionários de mais de 30 empresas diferentes. No pico da construção, mais de 12.000 trabalhadores e contratados estavam no local todos os dias, representando mais de 100 nacionalidades diferentes
A inauguração ocorre pouco depois de o emirado pedir moratória e de ter que recorrer a um empréstimo de US$ 10 bilhões do emirado vizinho Abu Dhabi para pagar suas dívidas.
Com mais de 800 metros de altura, o edifício de 160 andares ultrapassa em centenas de metros o prédio que vinha sendo o mais alto do mundo, o Taipei 101, em Taiwan, que mede 508 metros de altura.
O prédio é duas vezes mais alto que o Empire State, em Nova York, é possível vê-lo a uma distância de 95 quilômetros e o exterior é coberto com cerca de 28 mil painéis de vidro, que brilham ao sol do deserto em torno de Dubai.
O desenho do edifício trouxe desafios técnicos e logísticos sem precedentes, não apenas por conta de sua altura, mas também porque Dubai é suscetível a fortes ventos e está perto de uma falha geológica.
Os ventos no emirado chegam a 50 km por hora, e no topo do prédio a velocidade pode ser três vezes mais alta.
"Você encontra as soluções para o problema, mas sempre se pergunta se elas vão realmente funcionar", disse à BBC Mohamed Ali Alabbar, diretor da Emaar, a empresa responsável pela construção.
"Fomos atingidos por raios duas vezes, houve um grande terremoto no ano passado originado no Irã, e tivemos todos os tipos de vento atingindo o prédio durante a construção. Os resultados foram bons e eu cumprimento os arquitetos e profissionais que ajudaram a construí-lo."
Poder do leste
Nas últimas duas décadas, houve um aumento da construção de arranha-céus na Ásia e Oriente Médio, onde se localizam hoje quatro dos cinco edifícios mais altos do mundo.
"Isso se deve à confiança", afirma Andrew Charlesworth da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle. "Muitas dessas economias emergentes se veem como importantes jogadores mundiais e querem demonstrar que são capazes de desenvolver este tipo de projeto."
"A riqueza do mundo está se mudando do Ocidente para o Oriente e as economias emergentes querem destacar suas expectativas para o futuro em termos de como elas vão se posicionar globalmente."
Elefante branco?
Dubai é uma cidade de superlativos, onde tudo é maior e mais arrojado. Nos últimos anos, a cidade atraiu a atenção internacional com ilhas artificiais, edifícios giratórios e um hotel sete estrelas.
Mas, como muitos dos outros prédios mais altos do mundo do passado, Burj Dubai foi planejado e construído durante os anos de crescimento econômico, e foi concluído durante a crise global do mercado de crédito - o Empire State foi concluído durante a Grande Depressão dos anos 30 e as Torres Petronas, na Malásia, durante a crise asiática dos anos 90.
Muitos questionaram se o novo edifício seria um elefante branco, mas Ali Alabbar, presidente da empresa responsável pela construção, afirma que 90% do prédio já foram vendidos e que a construtora já obteve mais de 10% de lucro.
A maioria dos imóveis foi vendida ainda na planta, antes da crise no mercado imobiliário, e os compradores já pagaram 80% do valor, com os 20% restantes a serem pagos na ocupação.
Para os investidores, o resultado de seu empreendimento ainda é incerto. No auge de sua avaliação, os imóveis valiam até 5.000 dirhams (cerca de R$ 2.365) por metro quadrado, mas com a crise, o preço chegou a cair 50% e pode cair outros 30%, segundo o analista imobiliário do banco de investimentos USB Saud Masud.
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