Lula foi corajoso ao reconhecer vitória de Ahmadinejad, diz embaixador do Irã
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
O embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, afirmou nesta segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o primeiro chefe de Estado a receber uma visita oficial do presidente reeleito iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. O encontro --que foi adiado em maio diante de protestos em vário pontos do país-- ainda não tem data prevista.
Shaterzadeh afirmou que o reconhecimento do presidente Lula à reeleição de Ahmadinejad foi uma posição "corajosa" e demonstra a preocupação da diplomacia brasileira em avaliar os "cenários reais". Ahmadinejad deve tomar posse em agosto.
"Isso demonstra que a diplomacia brasileira conhece a realidade do Irã perfeitamente. Um dos grandes problemas ocidentais é não conseguir compreender a realidade do Irã. Foi uma atitude corajosa, independente e nós agradecemos", disse.
O embaixador destacou que os governos de Ahmadinejad e do presidente Lula possuem afinidades porque lutam, por exemplo, contra o racismo e pela inclusão social.
Shaterzadeh disse não acreditar que o presidente iraniano enfrente protesto no Brasil. 'Ele é popular defensor de inclusão social e ele é sempre bem recebido em qualquer parte do mundo por esse povo injustiçado', disse.
O encontro deveria ter ocorrido em maio, mas o presidente iraniano mandou uma carta pedindo uma nova data alegando que estava impossível deixar o país por causa da eleição presidencial que ocorreu no país em 12 de junho.
A notícia de que sua presença no Brasil causou protestos por parte de grupos judaicos, homossexuais e de defesa de direitos humanos em São Paulo e Rio de Janeiro.
A reunião vem sendo articulada há mais de dois anos. A proposta surgiu em janeiro de 2007, quando Lula e Ahmadinejad se encontraram no Equador, para a posse do presidente Rafael Correa.
Em visita a Genebra, logo após o resultado da eleição, o presidente afirmou que não via motivos para contestações, e foi criticado por não ter esperado a oficialização do resultado. "Eu não conheço ninguém, a não ser a oposição [iraniana], que tenha discordado da eleição do Irã. Não tem número, não tem prova. Por enquanto, é apenas, sabe, uma coisa entre flamenguistas e vascaínos', afirmou.
Legitimidade
Shaterzadeh saiu em defesa do presidente reeleito do Irã, afirmando que a votação foi legítima porque ele conquistou 24 milhões de votos --e que a corrida eleitoral tem respaldo legal porque foi auditada pelo Conselho dos Guardiães e contou com a participação de 85% com pessoas com direito a voto.
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O representante do governo iraniano no Brasil disse ainda que não houve conflito contra a forma de governo, mas por candidatos que seguem a mesma linha política, que quiseram marcar posição.
"A eleição contou tanto com o presidente atual, quanto com o outro candidato que foi oito anos primeiro ministro, outro senhor que foi presidente do parlamento e um dos fundadores república e autoridades da Republica Islâmica. Portanto, não era oposição ao Estado, mas a posição de pessoas que queriam participar da eleição", disse.
O embaixador afirmou que a disputa eleitoral iraniana foi vítima de uma movimentação das agências de notícias internacionais, como a CNN e a BBC, além de um grupo de países vizinhos que se esforçaram para criar a ideia de um cenário de violência pós-eleição.
"Temos que levar em consideração que os protestos foram motivados por dois grupos: um que contestou de forma legítima o resultado das eleições e outro, uma minoria, que criou conflitos no país, que eram criminosos dos serviços de inteligência estrangeiras, dissidentes que criam ambientes de caos e fizeram violência.
Segundo o embaixador, as agência internacionais de notícias produziram "informações falsas" sobre os conflitos eleitorais. "As agências de notícias se transformaram em quartel general dessa guerra psicológica. A CNN a BBC e outras agências, ao invés de transmitir a realidade, infelizmente, produziram notícias falsas e imaginárias. Disseram que uma senhora chamada Leda foi assassinada pela força iraniana. Ela não chegou a votar, também não era de nenhum dos partidos que apoiavam os candidatos e o mais importante --a morte dela não foi na cena desses protestos nem em um lugar isolado", afirmou.
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