domingo, 7 de dezembro de 2008

Peregrinação a Meca recomeça com rito em templo sagrado do islã

Riad, 7 dez (EFE).- As autoridades sauditas cumpriram no amanhecer deste domingo o rito anual de mudar a capa de seda preta bordada com fios de ouro que cobre a Caaba, a construção mais sagrado para os muçulmanos, localizada no pátio da grande mesquita de Meca.

Enquanto quase três milhões de peregrinos acordavam para completar o segundo dia da peregrinação, um novo pano de seda com bordados de ouro de 14 metros de altura por 47 metros de comprimento substituía a velha capa do edifício, que, segundo a tradição islâmica, seria o centro do mundo.

A capa, conhecida como kisua e costurada em uma fábrica de Meca construída em 1977 só para este fim, custou 20 milhões de reais sauditas (US$ 5,3 milhões) e vários meses de trabalho.

O véu negro e dourado, de 658 metros quadrados e que cobre os quatro lados da Caaba, também é decorado com versículos do Corão.

A tradição de cobrir a Caaba, que abriga a "pedra negra", considerada pelos muçulmanos um pedaço do paraíso, se remonta à era pré-islâmica e teve seqüência depois que Maomé começou a pregar os fundamentos do islã, no século VII da era cristã, explicou à imprensa o xeque Abdelaziz al-Shibi, encarregado de preservar e proteger o edifício.

Embora atualmente o pano seja trocado apenas uma vez ao ano, a mudança da capa que cobre o prédio, cuja construção foi iniciada por Adão e concluída por Abraão, era feita tantas vezes quanto fosse necessário, disse Shibi.

Antes de a Arábia Saudita se encarregar pessoalmente da elaboração anual do pano, sua confecção era feita no Egito, até que, em 1962, o presidente desse país, Gamal Abdel Nasser, decidiu suspender o envio do tecido a Meca.

A Caaba, para onde milhões de muçulmanos de todo o mundo dirigem suas orações diariamente, abriga em seu interior uma pequena sala, na qual três colunas de madeira sustentam um teto a nove metros do chão.

No lado oriental da Caaba fica incrustada a "pedra negra", que os fiéis tocam e beijam com fervor durante sua viagem a Meca.

A cerimônia de hoje coincide com o segundo dia da peregrinação islâmica, ao longo do qual os quase três milhões de fiéis que participam da peregrinação subirão até o Monte Arafat, onde o profeta Maomé pronunciou seu último discurso.

Com sete voltas entorno da Caaba, os fiéis marcam o início e o fim dos cinco dias de peregrinação, que começaram ontem e terminam no próximo dia 10.
UOL Celular

sábado, 6 de dezembro de 2008

Peregrinação a Meca começa com jornada de reflexão e recolhimento

Riad, 6 dez (EFE).- A peregrinação anual a Meca (Arábia Saudita), conhecida como hajj, começou hoje com quase três milhões de fiéis de todo o mundo seguindo para Mina.

Segundo a agência oficial de notícias saudita "SPA", desde o começo da manhã, grandes grupos de peregrinos se dirigiam ao famoso vale, localizado cerca de dez quilômetros a leste de Meca, para o chamado Dia da Reflexão, ao longo do qual se dedicarão ao recolhimento, à meditação e à oração.

É em Mina onde, segundo o islã, Abraão foi sacrificar seu filho Ismael a mando de Deus, que, ao ver a obediência do pai, ordenou-lhe que sacrificasse um cordeiro no lugar.

A caminho do vale, homens e mulheres de diferentes nacionalidades, todos vestidos de branco, repetiam sem parar: "Aqui estou, Senhor".

Durante o período da peregrinação, os fiéis não podem cortar o cabelo, se barbear, cortar as unhas nem se perfumar. Além disso, os homens ficam proibidos de cobrir a cabeça, e as mulheres, de tapar o rosto.

Ao todo, 100 mil homens fazem a segurança dos peregrinos. Por ser o local que mais peregrinos recebe, em Mina, as autoridades sauditas montaram 60 mil barracas de campanha. Além disso, disponibilizaram hospitais, centros de telecomunicações, estabelecimentos comerciais e ambulâncias.

Os fiéis permanecerão em Mina até a próxima madrugada, quando começarão a subir o Monte Arafat, no ritual mais importante do hajj.

Nesse monte, o profeta Maomé, dois meses antes de sua morte na cidade de Medina, pronunciou seu último sermão, em meio a milhares de seguidores.

Os peregrinos permanecerão no monte até o pôr do sol de amanhã, quando partirão para vizinha Muzdalifah, onde passarão a noite.

Em Muzdalifah, os fiéis recolherão pedras para jogar nas três colunas localizadas em Mina, que simbolizam as tentações do diabo.

Após o apedrejamento, que acontece na segunda-feira, os crentes seguirão para a Caaba, local de adoração em Meca, em torno do qual darão sete voltas para completar o ritual.

A Caaba, um edifício quadrado onde os muçulmanos acreditam ser o centro do mundo, é, para o islã, a primeira construção na Terra. Dentro do prédio, fica a chamada "pedra negra", considerada um pedaço arrancado do paraíso.

Segundo a tradição islâmica, as bases do local foram construídas por Adão, enquanto o edifício foi erguido por Abraão e seu filho Ismael.

A peregrinação a Meca terminará segunda-feira, com o massacre de cordeiros, vacas, carneiros e camelos, que marca o início da festividade de Eid al-Adha (Festa do Sacrifício).

Entre os líderes estrangeiros que devem participar da peregrinação estão os presidente egípcio, Hosni Mubarak, do Sudão, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, segundo a agência "SPA".

A peregrinação é considerada o quinto pilar do islã e todo muçulmano com saúde e recursos é obrigado a completá-la pelo menos uma vez na vida.

Durante o hajj, o fiel também tem que se manter em estado de pureza e se abster de manter relações sexuais.

* do UOL Notícias