sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Netos de Khomeini unem-se ao movimento de reforma no Irã

Financial Times
Najmeh Bozorgmehr e Roula Khalaf
Quando o aiatolá Ruhollah Khomeini voltou do exílio para o Irã 30 anos atrás (completos neste fim de semana), para liderar a revolução islâmica que acabou com o regime do Xá (apoiado pelos EUA) e conduziu a uma teocracia, ele manteve seus parentes mais próximos fora da política.

Com exceção de Ahmad, seu filho mais novo, que foi seu companheiro e, na verdade, seu porta-voz até a morte do líder em 1989, pouco se sabia sobre o lar dos Khomeini.

Mas, recentemente, bem depois de o brilho da revolução ter sumido, os iranianos começaram a reparar em alguns de seus 15 netos - especialmente por estes terem se juntado ao movimento de reforma.

Os reformistas lutaram por anos - com pouco sucesso - para conciliar o domínio dos clérigos instituído pelo aiatolá Khomeini com os princípios de uma democracia e um governo responsável.

"Vinte ou trinta anos tivemos a era das revoluções e tentativas de golpe no mundo, mas agora é a era do progresso", diz Zahra Esharghi, uma de seus netos, que acredita não ser uma boa época para o Irã estar isolado.

Eshragi é o membro da família que mais diz o que pensa, mas é Hassan Khomeini, filho de Ahmad, que muitos consideram ter um futuro político promissor.

Esse clérigo de 37 anos, que, dizem, herdou a ambição política de seu avô, mostrou frustração com algumas políticas de um regime dominado por fundamentalistas como Mahmoud Ahmadinejad, o presidente.

"Precisamos encontrar novas respostas para novas perguntas", disse Hassan recentemente, lembrando aos políticos que se ater a velhas regras nem sempre é o melhor caminho.

Da mesma forma que seu avô fez, Hassan tem estudado na cidade sagrada de Qom, e deve publicar em breve seu primeiro livro sobre seitas islâmicas - um passo que lhe renderá maior autoridade clerical.

Ele também administra o templo de seu pai e, segundo alguns analistas, tem resistido à pressão de concorrer a um mandato, incluindo chamadas para disputar as eleições presidenciais em junho. Mas ele compareceu recentemente a uma reunião de políticos reformistas, dando indiretamente seu apoio a rivais em potencial.

Os radicais no regime islâmico estão o observando de perto, e alguns o atacaram ano passado depois que ele criticou o envolvimento na política da Guarda Revolucionária, e força de elite criada por seu avô como um contraponto ao exército comum. Sob Ahmadinejad, a Guarda expandiu sua influência política e econômica.

Em um ataque extraordinário a um membro da família Khomeini, alguns radicais o acusaram de corrupção, alegando que ele dirigia uma BMW, apoiava políticos ricos e era indiferente ao sofrimento dos pobres.

Ainda que possa parecer irônico que a família Khomeini seja hoje mais associada ao campo reformista, alguns políticos reformistas muito conhecidos foram próximos do líder durante sua vida. Eles ficaram isolados do poder após sua morte.

Os Khomeinis também estão atados aos reformistas pelo casamento. Eshragi é a mulher de Reza Khatami, um reformista sênior e irmão de Mohammad Khatami, ex-presidente e líder do movimento reformista, que buscou por muito tempo promover diálogo com o Ocidente e trazer o Irã de volta à comunidade internacional.

Eshragui foi impedida - pelo Conselho da Guarda, um organismo não-eleito que detém considerável poder - de concorrer às eleições parlamentares de 2004. Um de seus irmãos, Ali, retirou sua candidatura das eleições gerais no ano passado, depois do que sua família chamou de campanha difamadora contra ele. Mas muitos jovens iranianos admiram Hassan, um homem bonito com senso de humor que tem amigos atletas, inclusive estrelas do futebol. "Ele é jovem, cheio de motivação e batalhador, e está tentando entender a juventude do país", diz um ex-oficial iraniano.

A sombra do aiatolá ainda paira sobre o Irã.

As crianças são ensinadas e testadas sobre seu legado e celebrações anuais são feitas em escolas. Todavia, a maioria dos iranianos é jovem demais para se identificar com a revolução ou entender seu contexto histórico. Assolados por problemas econômicos, isolamento internacional e com sua liberdade reprimida, muitos questionam a lealdade de seus pais à revolução.

Para alguns membros da família Khomeini, Hassan carrega a esperança de ressuscitar o que eles insistem ser o verdadeiro legado de seu avô - um sistema democrático sob Velayet-e Faqih, o governo do jurista islâmico que o aiatolá implementou.

Eshragi diz que Hassan deveria almejar até mais do que a presidência, por causa de suas "capacidades" formidáveis. Será que ela quer dizer que ele é um futuro líder supremo em potencial, a mais alta posição de autoridade que foi ocupada por seu avô e que agora o é pelo aiatolá Ali Khamenei? Ela sorri, mas não responde.

No entanto ela não tem dúvida de que Hassan possui a legitimidade no mundo xiita para exercer um papel político notável, se assim ele desejar. "Ele é muito inteligente e terá um grande futuro".

Tradução: Lana Lim

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Reconstrução de Gaza pode custar até US$ 1,9 bi

Mais forças israelenses deixaram ontem a Faixa de Gaza, após 22 dias de ofensiva contra os militantes do Hamas. Um dia antes da posse de Barack Obama, os dois lados mantiveram um cessar-fogo, permitindo que os sofridos palestinos avaliassem a destruição e velassem seus mortos.

A agência oficial palestina disse que o custo da reconstrução ficará em US$ 1,9 bilhão. Além dos 1.300 palestinos mortos, fontes do Hamas informaram que 5 mil casas, 16 edifícios públicos e 20 mesquitas foram destruídos. (págs. 1 e A13)

Gazeta Mercantil

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Manchete: Hamas anuncia trégua; Israel começa a deixar Gaza

O Estado de S. Paulo

O grupo islâmico Hamas disse ter vencido a guerra contra Israel e anunciou ontem a suspensão de seus ataques, por uma semana, condicionada à retirada israelense de Gaza no período. A decisão ocorre um dia depois que o governo israelense determinou um cessar-fogo em sua ofensiva contra o Hamas, considerando que seus objetivos foram atingidos após três semanas. A ação deixou cerca de 1.300 mortos – ontem, mais 95 corpos foram encontrados, a maioria de militantes do Hamas. (...) (págs. 1 e A12)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Manchete: Israel faz 110 ataques e atinge ONU, jornalistas e um hospital

O Globo

Em seu maior ataque à Faixa de Gaza, com 110 bombardeios, forças israelenses atingiram ontem a sede das Nações Unidas, um hospital e dois prédios usados pela imprensa. Toneladas de ajuda humanitária foram destruídas pelo fogo no complexo da ONU, deixando revoltado o secretário-geral Ban Ki-moon, que estava em Israel. O porta-voz da agência da ONU em Gaza, Chris Gunness, afirmou à repórter Renata Malkes que todos os sinais indicam que o complexo foi atingido por bombas de fósforo. O premier Ehud Olmert afirmou que Hamas disparou de dentro do prédio, o que foi negado pela ONU. "Este é um incidente infeliz, e peço desculpas", disse. Em outro ataque, Israel matou o ministro do Interior do Hamas, Said Slam. Fontes diplomáticas disseram que Israel analisa os termos para um cessar-fogo aceitos pelo Hamas, que lançou 20 foguetes contra o Sul. (págs. 1, 25 e 26)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Terroristas de Israel matam impunemente - Laerte Braga

Forças do estado terrorista de Israel atacaram e fecharam o aeroporto internacional de Beirute em suposta represália contra o Hezbollah, partido político libanês que deteve terroristas de Tel Aviv disfarçados de soldados, em território do Líbano. São três as razões básicas para a sistemática barbárie de Israel contra palestinos e árabes de um modo geral.

A primeira delas o controle dos "negócios". Vem antes de qualquer sentimento. Essa história de defender a liberdade, o direito de ser soa como as tais "armas de destruição em massa" de Saddam Hussein.

Armas de destruição em massa quem as tem são os estados terroristas. EUA, Israel, Grã Bretanha e alguns outros.

O Hamas e a Al-Fatah decidiram reconhecer o direito de existência do Estado de Israel e isso não interessa aos terroristas que governam o país. É só pretexto. Sendo aceitos como justificar a violência e a barbárie para o controle dos "negócios"?

Tinham que surgir os pretextos, no caso a prisão de um terrorista/soldado israelense por forças palestinas. A paz não interessa ao governo terrorista de Israel. Nem aos sócios, no caso os Estados Unidos.

A segunda razão é a tal conversa de povo superior. Como é que um povo "superior", "escolhido por Deus" (no caso de Bush ele recebe ordens diretas de Deus) vai ser "reconhecido" por um povo "inferior"?

E a terceira, uma conseqüência da outra, é preciso impedir que os palestinos respirem, construam um estado próspero e isso vai permanecer enquanto o mundo assistir impassível ao terrorismo nazi-fascista de Israel massacrar os palestinos. A economia palestina é sistematicamente destruída por Israel. O terror se volta para o controle dos "negócios" e para impedir que exista concorrência.

Liberdade de existência, paz, direitos do povo judeu, para os que governam Israel isso é pretexto. Tem sido assim desde o primeiro momento. E gradativamente cidadãos israelenses percebem que tanto quanto palestinos são vítimas desse terror, noutra ponta, eles também o são.

Cresce a resistência contra as barbáries terroristas de Tel Aviv. As prisões sórdidas, onde mulheres e crianças são jogadas sem qualquer respeito aos direitos humanos (aprenderam nos campos de concentração de Hitler, de vítimas a algozes), chocam as pessoas, mesmo que a mídia mostre pouco, silencie sobre todo esse espetáculo de poder do terror.

Há uma cumplicidade silenciosa e não menos criminosa do mundo cristão, democrático e ocidental. É o jogo de interesses, dos "negócios".

Palestinos, africanos, asiáticos, latinos são povos "inferiores". Prestam-se a trabalhar em regime de escravidão para os donos (bancos, grandes conglomerados, indústria de armas). A fabricar tênis como escravos e a comprá-los depois, na presunção que calçando "adidas" ficam iguais aos campeões do mundo, ou vice, sei lá. Os donos do mundo não têm escrúpulos e nem respeito que não seja pelos "negócios". Israel é a ponta dos "negócios" no Oriente Médio.

Fonte: Revista O Berro

http://alainet.org/active/12321〈=es

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Além de destruir a Palestina, Israel ameaça o governo Obama - Helio Fernandes

Os que defendem o assassinato em massa praticado pelos israelenses contra os palestinos usam de todos os recursos, mesmo os mais sujos, deprimentes e antidemocráticos.

O presidente da UE (União Européia) já disse sem constrangimento e exibindo um terrorismo sem ética:

“A ação de Israel é puramente DEFENSIVA”.

Quer dizer: massacram os palestinos da Faixa de Gaza, matam mais de 150 pessoas por dia, perderam apenas um homem, e isso é chamado de defensivo.

A chanceler de Israel, desmoralizando as mulheres que estão em alta no mundo: “Não há necessidade de trégua humanitária em Gaza, pelo fato de não haver crise humanitária” . E nem toma remédio para dormir.

O ministro da Defesa de Israel (que por infelicidade se chama Barak) atira certeiro contra a democracia:

“Essa guerra é movida por interesses políticos, os dois lados têm eleições quase que imediatamente”.

Esse ministro Barak, que em vez de Defesa deveria se chamar de Ataque, considera que a proximidade de eleição provoca imediatamente uma guerra. Só que não está havendo guerra e sim massacre.

Além do mais, o mundo inteiro realiza eleições e isso não se traduz em guerra perto ou distante. Os EUA, que protegem Israel, financiam suas loucuras, permitem esses massacres, saíram de uma eleição duríssima.

E não há guerra à vista, a não ser indiretamente por causa do Poder de VETO dos EUA no Conselho de Segurança.

A ONU, agonizante, vai morrer da mesma forma que a Liga das Nações depois da Primeira Guerra Mundial.

Essas questões como a de Israel-Palestina deveriam ser resolvidas de forma diplomática. Mas quem acredita nisso, se 5 países têm mais poder do que todos os outros?

Na verdade, a ONU praticou suicídio, logo depois do nascimento. Em 1948 (há 60 anos), a ONU acertou em cheio criando dois Estados: Israel e Palestina. Mas, por interesses políticos, o Estado da Palestina jamais existiu.

Um cientista político, desses que preenchem o tempo da televisão com o vazio de suas considerações, dizia anteontem: “O problema Israel-Palestina só será resolvido pelas novas gerações”.

Quanto mais tolos, ignorantes ou envolvidos em interesses escusos, mais espaço obtém na comunicação. O que esses Cientistas chamam de “novas gerações”, já estão contaminados no berçário.

A solução definitiva, pacífica e construtiva, tem que surgir obrigatoriamente da criação dos dois Estados. Aí, milhões de pessoas podem conviver, confraternizar, atravessar territórios, sem fronteiras, sem medo e sem ódio.

E, como conclusão do aparecimento desse dois Estados independentes, uma reformulação da ONU, ainda no velório antes do crepúsculo da liberdade e da democracia.

No que identificam sempre como Terceira Guerra Mundial, Israel pode substituir a antiga União Soviética. A chanceler, o ministro da Defesa e o primeiro-ministro adorariam.

PS – Ninguém no mundo tinha qualquer dúvida: no Conselho de Segurança, os EUA vetariam qualquer intervenção em Israel. Escrevi isso no primeiro dia, grande novidade. O problema dentro de 13 dias passará a ser de Obama presidente. E que problema.

PS 2 – Intervir diretamente em Israel? Essa será a primeira missão de dona Hillary? Deixar como está, ou seja, praticar o ato supremo, covarde e negativo da omissão?

PS 3 – Isso contraria todo o programa e as promessas de Obama, mesmo as não específicas. Além do crime do massacre, Israel destrói, antes mesmo de começar, tudo o que o mundo esperava de Obama. Que tristeza.
Um começo medíocre e monótono