domingo, 16 de agosto de 2009

Um tecnocrata agita a campanha no Afeganistão

The New York Times
Carlotta Gall
Em Cabul (Afeganistão)

Seja envolto em um xale para um debate televisionado, sentado em um chão de terra com um lojista, ou falando por meio de altofalantes em meio a uma tempestade de areia, Ashraf Ghani, o mais ocidentalizado e com maior formação educacional dentre os candidatos presidenciais do Afeganistão, está agitando a campanha presidencial antes da eleição de quinta-feira de formas incomuns.

Um ex-ministro das Finanças com formação acadêmica americana e passagem pelo Banco Mundial, Ghani, 60 anos, disse que está tentando mudar a política no Afeganistão. Usando a televisão e o rádio, doações pela Internet e estudantes voluntários, assim como as redes tradicionais como os conselhos religiosos, ele está tentando atrair os jovens, mulheres e pobres e conseguir o inesperado: derrotar o presidente Hamid Karzai.


* Tyler Hicks/The New York Times




O candidato afegão Ashraf Ghani (ao centro) cumprimenta integrantes da tribo Kuchi, em Cabul




É difícil avaliar o apoio nacional a Ghani - uma pesquisa recente o apontou em apenas 4% - e ele provavelmente permanece um azarão na disputa, atrás de Karzai e de seu principal adversário, Abdullah Abdullah, ambos com bases de poder muito maiores.

Mas Ghani está elevando o debate com um foco nas políticas e com um plano detalhado de reforma, desafiando o eleitorado afegão a pensar além do status quo.

"As pessoas, a natureza da mobilização, a conversa mudou em qualquer lugar onde vou", ele disse em uma entrevista matinal em seu lar em Cabul, antes de partir de helicóptero para fazer campanha nas províncias. "Os afegãos têm atualmente uma expectativa muito diferente da liderança do que jamais tiveram."

O debate de duas horas entre Ghani e Abdullah, transmitido ao vivo por rádio e televisão em 23 de julho, foi assistido e ouvido por mais de 10 milhões de pessoas. Segundo Ghani, ele criou uma enorme mudança de pensamento. Karzai se recusou a participar, algo que seus dois oponentes usaram contra ele.

Desde o debate, um fluxo de estudantes voluntários vem se apresentando para trabalhar em prol de sua campanha, disse Ghani, e pessoas de todos os setores - motoristas, comerciantes, professores - o têm abordado para discutir em detalhe as suas ideias.

Fluente em várias línguas, Ghani já escreveu dois livros, um intitulado "Consertando Estados Falidos" e o outro um plano detalhado sobre como retirar o Afeganistão da miséria e instabilidade em 10 anos, que é basicamente seu manifesto eleitoral.

Ghani é uma das figuras mais influentes envolvidas na construção do atual Estado afegão. Nomeado ministro das Finanças em 2002, ele instituiu um esquema centralizado de coleta da receita e supervisionou a afluxo de bilhões de dólares em assistência estrangeira para o país arrasado pela guerra.

Mas seus escrúpulos lhe renderam inimigos e, desiludido com a corrupção oficial e com a liderança de Karzai, ele deixou o ministério em 2004.

Tamanha é a sua experiência, assim como o apoio a ele em Washington, que Ghani está entre os candidatos mencionados para ocupar um forte cargo executivo abaixo do presidente, que está sendo proposto pelas autoridades americanas para fortalecer o desempenho do governo caso Karzai conquiste outro mandato.

Ghani, cuja campanha contratou o estrategista político James Carville como consultor, diz que é cedo demais para discutir cenários pós-eleitorais. Ele já foi um conselheiro do presidente, mas sua desaprovação do modo como Karzai dirige as coisas é profundo, assim como é um crítico aberto da forma como se realiza a política no Afeganistão.

O candidato é o mais veemente nas críticas ao prolongamento do mandato de Karzai, que foi prorrogado até a realização da eleição em 20 de agosto, e também na acusação de uso pelo presidente de recursos e funcionários do governo em sua campanha. E Ghani tem atacado os organizadores da eleição, tanto os estrangeiros quanto os afegãos, por permitirem que fraude e manipulação ocorram de forma desenfreada.

Ele também rejeitou o acordo de bastidores pelo qual Karzai é fortemente criticado, assim como rejeitou as aberturas de Karzai para desistir de sua candidatura e se juntar à sua campanha, algo que outros candidatos fizeram.

Nos comícios eleitorais, ele promete combater a corrupção no governo e encontrar a receita para a criação de um milhão de empregos e um milhão de moradias.

Ghani promete uma melhor educação para os jovens, aumentando o número de mesquitas e madrassas (escolas religiosas) para fornecer um ensino geral nas aldeias. Ele também propõe a criação de universidades e faculdades para mulheres, já que existem milhares de estudantes a mais do que as universidades podem receber.

E eles diz como desenvolver os recursos naturais do Afeganistão e criar um crescimento econômico com mão-de-obra afegã, além de promover justiça e paz por meio de estruturas locais.

Ele zomba que Karzai precisa fechar as ruas quando percorre a cidade e se esconde atrás dos muros do palácio, além de sugerir em um comício que Karzai e todo seu Gabinete viverão no presídio de Pul-i-Charki. Ghani acusa Kharzai de ter perdido a confiança das pessoas ao mentir para elas.

O candidato também promete devolver a soberania ao Afeganistão, fechando o centro de detenção em Bagram, a base aérea americana nos arredores de Cabul, em três anos. E ele defende a negociação de um cessar-fogo com o Taleban, antes de um processo de reconciliação. "Sangue afegão está sendo derramado", ele disse em um comício em um subúrbio de Cabul. "Nós queremos impedir isso e apagar o fogo."

O principal problema de Ghani é sua indiferença. Quando era ministro, as críticas contra ele eram de que após 24 anos vivendo longe do Afeganistão, quase metade de sua vida, ele tinha perdido o contato com o povo e havia muito atrito em seu modo de lidar com os afegãos.

Ghani deixou o país nos anos 70 para estudar na Universidade Americana em Beirute, obteve um doutorado em antropologia em Colúmbia em 1982 e lecionou na Universidade Johns Hopkins. Em 1991, ele ingressou no Banco Mundial.

Como outros tecnocratas com formação Ocidental, ao retornar ele encontrou ressentimento por parte dos afegãos que não tiveram a chance de partir e que sofreram ao longo de 30 anos de guerra e privação.

Mas ele diz que isso está mudando. Ele tem buscado se aproximar do povo afegão ao manter sua casa aberta nos últimos 18 meses e diz que já recebeu mais de 100 mil pessoas de todo o país, o que contribuiu para o desenvolvimento de suas políticas.

"Foi o maior seminário da minha vida e eu fui o único estudante", ele disse. "Eu me conectei às pessoas porque as ouvi, e ouvi algumas coisas muito duras. Tem sido um relacionamento."

O mais importante, os pashtuns que compõem o maior grupo étnico e tradicionalmente governam o Afeganistão agora veem que há uma forte alternativa para Karzai, ele disse. Ghani, como Karzai, é um pashtun.

"Os pashtuns no norte estão reavaliando e acho que abandonarão Karzai", disse Ghani.

Ele também alegou que os grupos na província de Herat, no oeste, e nas províncias do sul, onde a insurreição do Taleban é mais forte, também se afastarão do presidente. "Há um deslocamento (de votos)", previu Ghani, com o dia da eleição se aproximando rapidamente. "Há um grande deslocamento."

Tradução: George El Khouri Andolfato

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Emirados Árabes Unidos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Emirados Árabes Unidos




Bandeira dos Emirados Árabes Unidos

Lema: "Alá, Nação, Presidente"

Hino nacional: Tahiat Alalam

Gentílico: árabe; emiratense

Localização Emirados Árabes Unidos

Localização dos Emirados Árabes Unidos

Capital Abu Dhabi

22°47′N 54°37′E

Cidade mais populosa Dubai

Língua oficial Árabe

Governo Monarquia Constitucional Parlamentar

- Presidente Khalifa bin Zayid Al Nahyan

- Primeiro-ministro Mohammed bin Rashid Al Maktoum

Independência Do Reino Unido

- Declarada 2 de Dezembro de 1971

Área
- Total 83.600 km km² (113º)

População
- Estimativa de 2008 5.432.746 hab. (110º)

- Censo 2006 4.588.697

- Densidade 64 hab./km² (107º)

PIB (base PPC) Estimativa de 2007
- Total US$170,280 bilhões USD (55º)

- Per capita US$37.941 (17º)

Indicadores sociais
- IDH (2007) ▲ 0,903 (39º) – elevado

- Esper. de vida 78,7 anos (33º)

- Mort. infantil 13,52/mil nasc. (142º)

- Alfabetização 88.7% (96º)

Moeda Dirham dos Emirados (AED)

Fuso horário (UTC+4)

Org. internacionais ONU, OPEP, Liga Árabe, Conselho de Cooperação do Golfo, OCI

Cód. Internet .ae

Cód. telef. +971

Website governamental http://www.government.ae/gov


Os Emirados Árabes Unidos ou Emiratos Árabes Unidos (expressões equivalentes em português europeu[1]) são uma federação de pequenos emirados, situada na Península Arábica. Confina a norte com o Qatar e o Golfo Pérsico (através do qual tem fronteira marítima com o Irão), a leste com o território omanita da Península de Musandam, com o Golfo de Omã e com Omã propriamente dito e a sul e a oeste com a Arábia Saudita. Capital: Abu Dhabi.

* 1 História
* 2 Política
* 3 Subdivisões
* 4 Símbolos nacionais
* 5 Geografia
* 6 Economia
* 7 Demografia
* 8 Cultura
* 9 Notas e referências
* 10 Ver também
* 11 Ligações externas

História

Ver artigo principal: História dos Emirados Árabes Unidos

Os Emirados Árabes Unidos foram formados em 1971, tendo adquirido independência do Reino Unido. O Xeque Zayed Al Nahayan foi o Xeque responsável pela união de alguns emirados do sudeste da Península Arábica.

Política

Ver artigo principal: Política dos Emirados Árabes Unidos

A cada 5 anos o conselho de emires se reúne para eleger um Presidente e um Vice-presidente entre eles.

Zayed Bin Sultan Al Nahyan, emir de Abu Dhabi desde 1966 e líder político da nação desde sua independência, em 1971, foi reeleito sucessivas vezes pelos emires até sua morte, em 2 de novembro de 2005. Como Emir em seu lugar, assumiu seu filho, Khalifa Bin Zayed Al Nahyan, e inclusive foi eleito unanimemente Presidente em 3 de novembro de 2005 para estar a frente do país em eleição realizada entre os emires.

O Vice-presidente do país é Muhammad bin Rashid al-Maktum, Emir de Dubai, que teve seu mandato reafirmado dia 3 de novembro de 2005 em eleição unânime entre os mesmos emires.

Subdivisões

Ver artigo principal: Subdivisões dos Emirados Árabes Unidos

A Nação "Emirados Árabes Unidos" é constituída de 7 regiões administrativas; os 7 Emirados (imarat; singular: imarah):

* Abu Dhabi
* Ajman
* Al Fujayrah
* Sharjah
* Dubai
* Ra's al Khaymah
* Umm al Qaywayn





Mapa dos sete emirados dos Emirados Árabes Unidos.

Cada emirado é uma monarquia controlada por uma família real, com uma certa soberania sobre o território regional. Dessas 7 divisões regionais, o Emirado de Abu Dhabi, que cobre 86.7 % da área total do país, é dividido em 3 sub-emirados: o sub-emirado que compreende a cidade de Abu Dhabi, um sub-emirado leste e um sub-emirado oeste. Existe um Supremo Conselho Federal: formado pelos 7 emires, que se reúne regularmente 4 vezes ao ano, sendo que os emires de Abu Dhabi e de Dubai tem o poder de veto.

Símbolos nacionais

Ver artigos principais: Bandeira dos Emirados Árabes Unidos, Brasão de armas dos Emirados Árabes Unidos, Hino nacional dos Emirados Árabes Unidos.

A bandeira nacional contém as cores Pan-Arábes vermelho, verde, branco e preto, simbolizando a unidade Arábica. Além disso, as cores individuais tem os seguintes significados: verde: Fertilidade; branco: Neutralidade; preto: a riqueza de petróleo dentro das fronteiras do país.

O brasão de armas (em árabe: شعار الإمارات العربية المتحدة) consiste num falcão dourado com um disco em seu interior que mostra a bandeira do país rodeada por sete estrelas representando os sete Emirados da federação. O falcão com as suas garras detém um pergaminho com a inscrição do nome da federação.

O Tahiat Alalam (A'ishi Biladi ou Ishy Bilady Que a minha Nação viva para a posteridade) é o hino nacional dos Emirados Árabes Unidos, composto por Arif asch-Schaich. É cantado em árabe.

geografia

Ver artigo principal: Geografia dos Emirados Árabes Unidos

Os Emirados Árabes Unidos situam-se no sudoeste da Ásia, têm costa no golfo de Omã e no golfo Pérsico e fronteiras com Omã e com a Arábia Saudita. O país é uma planície costeira plana e estéril que se funde no interior com as dunas de areia do deserto arábico. Há também montanhas no leste do país. A sua localização estratégica ao longo das aproximações de sul ao estreito de Ormuz faz do país um ponto de trânsito vital para o petróleo bruto mundial. Considera-se que os Emirados Árabes Unidos são um dos quinze estados que constituem o chamado "Berço da Humanidade".

Economia

Ver artigo principal: Economia dos Emirados Árabes Unidos

Vista Noturna de Dubai, a maior cidade do país.

Baseada no petróleo, uma economia fortíssima. Com isso, os E.A.U. é um dos países mais ricos do mundo. Existem comprovadas reservas de mais de 90 bilhões de barris de petróleo no território. Hoje o turismo também é uma actividade forte na região, principalmente frequentada por estadunidenses.

A cada dia, os Emirados Árabes Unidos vêm construindo uma sociedade mais desenvolvida. Seja através de investimentos oníricos, como a construção de ilhas artificiais, seja com a construção de uma sociedade mais aberta à diversidade, sendo Dubai o principal emirado em desenvolvimento do país.

Qualquer empreendimento ou lucro é totalmente isento de impostos ou taxas em todo o território nacional, com isso, o país consegue atrair gigantescas somas em investimentos do mundo inteiro, principalmente das grandes economias. O Estado arrecada fundos através de suas estatais, como as empresas de petróleo e como as companhias aéreas Emirates e Al Etihad, adaptando um sistema de arrecadação que lembra aspectos da Suíça e de Mónaco, porém, muito mais intenso e muito mais incentivador.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia dos Emirados Árabes Unidos

Abu Dhabi, a capital.

Os Emirados Árabes Unidos consistem de uma federação de sete emirados localizados no Golfo Pérsico, estes são: Abu Dabi, Dubai, Sharjah, Ras Al Khaimah, Umm Al Qwain, Ajman e a Fujairah. Tem fronteira com o Qatar, Arábia Saudita e Oman.

Abu Dabi é o maior dos emirados com 86,7% de toda a área, o menor é Ajman com apenas 0,3% (250km²).

Os povos dos Emirados Árabes Unidos descendem de antigas tribos da Península Árabe. As mulheres dos Emirados são bastante ativas e trabalhadoras, mesmo antes da revolução do petróleo. Ocupam cargos de destaque e sempre trabalharam fora de casa.

A exploração de petróleo atraiu um grande número de estrangeiros para o país, como resultado, menos de 50% da população dos Emirados Árabes são árabes. Há grupos de trabalhadores indianos, paquistaneses, iranianos e sul asiáticos. Interessante é que devido riqueza do petróleo todos os serviços sociais de educação, transporte e saúde são gratuitos para a população. A educação primária é obrigatória. A maioria é de muçulmanos sunitas, mas há minorias cristãs, hindus e xiitas.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura dos Emirados Árabes Unidos

Feriados Data Nome em português Nome local Observações
1 de Janeiro Ano Novo رأس السنة الميلادية
variável Dia do Sacrifício (Eid ul-Adha) عيد الأضحى
variável Ano Novo Islâmico (Ra's Al Sana Al Hijria) رأس السنة الهجرية
variável Noite da Jornada (Isra'a wa al-Miraj) الإسراء و المعراج
2 de Dezembro Dia dos EAU (Al-Eid Al Watani) العيد الوطني
variável Fim do Ramadã (Eid ul-Fitr) عيد الفطر