Presidente do Iêmen aceita renunciar em 30 dias
Em troca, Saleh quer imunidade para si e seus parentes, segundo noticiou a TV estatal do Iêmen. O ditador está há 32 anos no poder no Iêmen, o país mais pobre da península Arábica. Além da pobreza, o país sofre com a falta de água, quase não possui petróleo (como os vizinhos) e é o principal reduto da rede terrorista Al Qaeda, fundada por Osama bin Laden.
O movimento rebelde, que luta pela saída de Saleh, aceitou os termos do acordo, mas com uma reserva: os opositores rejeitam a cláusula que permite ao Parlamento, dominado por governistas, recusar a renúncia do presidente.
O plano foi formulado por líderes dos países vizinhos, do golfo Pérsico, preocupados com a escalada dos protestos, que podem cruzar as fronteiras e ameaçar o regime de seus próprios países. O Iêmen também é um aliado dos Estados Unidos (assim como a Arábia Saudita e o Bahrein) e a desintegração do governo de Saleh pode ter impactos geopolíticos na região.
Segundo o plano, Saleh deve apresentar sua renúncia ao Parlamento em um prazo de 30 dias, o que permitiria que um presidente interino e um governo de união organizassem eleições presidenciais nos 60 dias seguintes.
A TV estatal confirmou que o ministro das Relações Exteriores, Abu Bakr al Qirbi, encaminhou a decisão de Saleh ao Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) neste sábado.
Revoltas na Tunísia e no Egito inspiraram iemenitas
Saleh vem há mais de dois meses enfrentando protestos contra o seu governo. As manifestações, inspiradas por levantes que derrubaram os líderes do Egito e da Tunísia, levam dezenas de milhares de pessoas para as ruas quase todos os dias. Elas exigem o fim da pobreza endêmica e da corrupção. Vários manifestantes já foram mortos.
Na Síria, o regime de Bashar al Assad tem reprimido com força os protestos, assim como ocorreu no Bahrein, país de maioria xiita governado por uma monarquia sunita. Na Jordânia, o rei Abdullah dissolveu o governo e promoveu reformas.