segunda-feira, 29 de setembro de 2014



Combate ao Estado Islâmico pode custar mais de R$ 9 bilhões por ano aos EUA

Por Reuters | - Atualizada às

Estimativa do custo dos esforços militares contra os rebeldes foi levantada por um centro de estudos norte-americano


Reuters
Os esforços militares dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico já custaram quase US$ 1 bilhão (R$ 2,4 bilhões) e devem ficar entre US$ 2,4 bi (R$ 5,8 bilhões) e US$ 3,8 bi (R$ 9,3 bilhões) por ano se as operações aéreas e terrestres continuarem no ritmo atual, segundo a análise de um centro de estudos norte-americano.
Veja fotos da guerra contra o Estado Islâmico no Oriente Médio:
Membros do Exército feminino treinam habilidades de
combate antes de combaterem o Estado Islâmico em 
acampamento militar no Iraque (18/09). Foto: Reuters
Mas uma intensificação, incluindo mais ataques aéreos e um reforço significativo nas forças terrestres, pode fazer os gastos dispararem e ficarem entre US$ 13 bi (R$ 31,8 bi) e US$ 22 bi (R$ 53,9 bi) anuais, afirmou o estudo divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Centro de Avaliações Estratégicas e Orçamentárias, uma entidade não partidária.
“Os custos futuros dependem em grande medida do quanto as operações irão durar, do nível de prontidão das operações aéreas e do emprego ou não de forças terrestres adicionais para além do já planejado”, declarou o relatório elaborado por Todd Harrison e outros analistas.
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O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse aos repórteres na semana passada que o Pentágono gastou aproximadamente entre US$ 7 e US$ 10 milhões de dólares – R$ 17,1 e R$ 24,5 milhões, respectivamente – por dia nas operações contra o Estado Islâmico desde 16 de junho, quando o país mobilizou tropas pela primeira vez para avaliar os militares iraquianos e aconselhar seus líderes.
Os EUA iniciaram seus ataques aéreos contra os militantes do rebeldes no Iraque em 8 de agosto e os estenderam à Síria, em 22 de setembro. As forças da coalizão realizaram 290 incursões aéreas nos dois países, nas quais os militares norte-americanos executaram 265.
Os aviões dos EUA estão realizando cerca de 60 voos de reconhecimento por dia, e cerca de 1.600 soldados norte-americanos estão atuando em solo iraquiano.
A análise do centro de estudos estimou o custo das operações contra o Estado Islâmico até o dia 24 de setembro em algo entre US$ 780 mi e US$ 930 milhões – R$ 1,9 bi e R$ 2,2 bilhões –, valor aproximado à estimativa diária de Hagel.


 
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domingo, 28 de setembro de 2014

Conheça o Estado Islâmico, grupo radical com milhares de combatentes

Insurgentes surgiram a partir de braço iraquiano da al-Qaeda.
 

Eles lançaram ofensiva no norte do Iraque, dominando cidades e províncias.

Da France Presse
Uma imagem enviada em 14 junho de 2014 no site jihadista Welayat Salahuddin supostamente mostra militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL) durante uma execução de dezenas de membros das forças de segurança iraquianas capturados (Foto: AFP Photo/HO/Welayat Salahuddin)Uma imagem enviada em 14 junho de 2014 no site jihadista Welayat Salahuddin supostamente mostra militantes do Estado Islâmico durante uma execução de dezenas de membros das forças de segurança iraquianas capturados (Foto: AFP Photo/HO/Welayat Salahuddin)
O Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) - atualmente chamado apenas de Estado Islâmico (EI) - é um grupo jihadista radical que conseguiu recrutar milhares de combatentes. Conheça mais sobre sua história.
Fundação
O EI surgiu a partir do Estado Islâmico no Iraque, o braço iraquiano da Al-Qaeda dirigido por Abu Bakr al-Bagdadi. Em abril de 2013, Bagdadi anunciou que o Estado Islâmico do Iraque e a Frente Al-Nosra, um grupo jihadista presente na Siria, se fundiriam para se converter no Estado Islâmico do Iraque e Levante.

Mas a Al-Nosra negou-se a aderir a este movimento e os dois grupos começaram a agir separadamente até o início, em janeiro de 2014, de uma guerra entre eles.
O EI contesta abertamente a autoridade do chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e rejeitou seu pedido de que se concentre no Iraque e deixe a Síria para a Al-Nosra.
Efetivos
Charles Lister, pesquisador do Brookings Doha Centre, estima que o EI tenha entre 5 mil e 6 mil combatentes no Iraque e entre 6 mil e 7 mil na Síria.

Estes números não podem ser confirmados por outras fontes.
Nacionalidades
Na Síria, a maioria dos combatentes em terra são sírios, mas seus comandantes costumam chegar do exterior e lutaram em Iraque, Chechênia, Afeganistão e em outras frentes. No Iraque, a maioria dos combatentes são iraquianos.

Segundo o islamólogo Romain Caillet, do Instituto francês de Oriente Médio, muitos de seus chefes militares são iraquianos ou líbios, enquanto os líderes religiosos são sauditas ou tunisianos.
O EI também conta com centenas de combatentes francófonos, como franceses, belgas e magrebinos.
Ideologia
O EI nunca jurou lealdade ao chefe da Al-Qaeda, mas o grupo defende o mesmo tipo de ideologia jihadista e anunciou ter instaurado um Estado Islâmico em uma região situada entre a Síria e o Iraque.

Padrinhos
O EI não parece contar com o apoio de nenhum Estado e, segundo os analistas, recebe a maior parte de seus fundos de doadores individuais, em sua maioria oriundos do Golfo Pérsico. No Iraque, o grupo também depende de personalidades tribais locais.

Presença
O EI tomou em janeiro, junto com outros grupos insurgentes, o controle de Fallujah e de setores de Ramadi, a oeste de Bagdá.

Na Síria é considerado a força combatente mais eficaz contra o regime do presidente Bashar al-Assad.
Mas depois de ter sido acolhido favoravelmente por alguns rebeldes sírios, acabou pegando em armas contra eles.
Esta mudança se deveu a sua vontade hegemônica e às atrocidades que são atribuídas ao grupo, sobretudo o sequestro e a execução de civis e de rebeldes de movimentos rivais.

Decapitações
Em menos de um mês, entre agosto e setembro deste ano, o grupo divulgou três vídeos em que seus combatentes decapitam reféns ocidentais que estavam presos na Síria - dois jornalistas norte-americanos e um agente humanitário britânico - e ameaçam executar mais reféns, em retalização aos ataques aéreos promovidos pelos Estados Unidos contra posições do grupo no Iraque.

Imagem do vídeo divulgado na internet que mostra a suposta decapitação de Jame Foley (Foto: Reprodução/Archive.org)Imagem de vídeo divulgado na internet pelo Estado Islâmico mostra o jornalista James Foley antes de ser decapitado por militante do grupo  (Foto: Reprodução/Archive.org)
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