quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Vitória de Obama deve inspirar judeus, diz "Haaretz"

colaboração para a Folha Online

A eleição do democrata Barack Obama nas eleições presidenciais americanas traz novas perspectivas para Israel e um novo passo em direção ao conceito de igualdade e humanidade, afirma análise publicada nesta quarta-feira pelo jornal "Haaretz".

A vitória de Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, é marcante para os judeus que já vivenciaram os males do preconceito e sabe a importância do conceito de que todos são iguais.

"Apenas no século 19 os judeus começaram a receber direitos iguais em muitos países e foi apenas no século 20 que os judeus foram efetivamente aceitos nas sociedades ocidentais. Até mesmo nos EUA os judeus não era aceitados em alguns clubes e empresas de advocacia até algumas décadas atrás", escreve o jornal.

Leia a íntegra, em inglês

Se os judeus exigem que o mundo não esqueça os 6 milhões de vítimas o Holocausto, afirma "Haaretz", não deveria esquecer também os 6 milhões de negros mortos durante a longa história de escravidão.

Obama deve levar também uma nova perspectiva de negociação com os muçulmanos, que não poderão usar argumentos anti-muçulmanos contra um homem que se chama Barack Hussein Obama e tem parentes muçulmanos. A rede terrorista Al Qaeda disse claramente preferir o republicano John McCain por ser um inimigo muito mais óbvio.

Como um presidente cosmopolita, com uma história muito mais global que tipicamente americana, Obama deve levar ao governo americano a causa dos universalistas, como os judeus "que nunca se encaixaram em uma categoria simples".

O jornal ressalta, contudo, que Obama não será a solução para todos os problemas da região e nem mesmo dos EUA. "Ele tem grandes desafios à frente e nós ainda temos que ver quanto tempo e energia ele vai dedicar à sua promessa de não abandonar o conflito no Oriente Médio", escreve.

Mas o democrata americano deve servir de inspiração para os judeus refletirem porque na próxima eleição israelense --que deve formar o governo de coalizão sob a chanceler Tipzi Livni-- não tem um candidato que traz esperança como lema.

"Talvez seja porque nenhum de nossos líderes em potencial defende a idéia de uma humanidade universal e dos direitos humanitários que inspiraram tantos judeus durante os últimos dois séculos", conclui o "Haaretz".

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama não deve retirar tropas do Afeganistão e poderá lançar pacote financeiro

da Reuters

A vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008 nos Estados Unidos elege um democrata na Casa Branca pela primeira vez desde que o ex-presidente Bill Clinton deixou o governo em janeiro de 2001.

Veja abaixo algumas possíveis mudanças com o novo governo:

Afeganistão

Obama prometeu uma saída ordenada das tropas norte-americanas do Iraque e foco maior na guerra do Afeganistão. Democratas irão insistir para que ele leve adiante sua promessa, mas os avanços no Iraque nos últimos meses podem fazer com que Obama fique tentado a não cumprir sua promessa de retirar uma brigada por mês até a saída completa das tropas do país.

Economia

Para estimular a fraca economia dos Estados Unidos, Obama e os democratas devem chegar a um acordo sobre um segundo pacote de estímulo para incentivar os gastos dos consumidores, a não ser que o pacote seja aprovado antes que Obama assuma a presidência, no dia 20 de janeiro.

Obama deve adotar novas medidas para regular a indústria financeira em meio à crise de crédito que atingiu Wall Street e levou ao derretimento do mercado de ações que reduziu em bilhões de dólares a poupança de aposentadoria dos norte-americanos.

Impostos

Obama concorreu prometendo reduzir os impostos dos norte-americanos que ganham menos de 200 mil dólares por ano, ou 95 por cento dos contribuintes, e aumentar os impostos daqueles que ganham acima de 250 mil dólares por ano.

Com ele no comando e um Congresso de maioria democrata, a promessa pode ser revista para dar o benefício fiscal a um número menor de contribuintes e aumentar o imposto de um número maior de pessoas.

Obama disse que estaria disposto a encontrar-se, sem impor condições prévias, com os líderes de países hostis aos Estados Unidos, como o Irã, Cuba e Venezuela.