terça-feira, 27 de setembro de 2011

Peres: Abbas é o melhor líder palestino para a paz

Presidente de Israel elogiou o colega e defendeu a retomada das negociações para a paz na região

 
Uriel Sinai/Getty Images
Os presidentes de Israel, Shimon Perez, e da Palestina, Mahmoud Abbas
Perez (d) expressou 'respeito' e 'simpatia' por Abbas (e)
Jerusalém - O presidente de Israel, Shimon Peres, afirmou nesta segunda-feira que, apesar dos desentendimentos, Mahmoud Abbas é o "melhor" líder palestino com o qual seu país pode negociar a paz.
"O atual líder dos palestinos é o melhor que poderíamos ter, mesmo quando não concordamos e criticamos suas palavras", afirmou Peres em discurso diante de representantes diplomáticos em sua residência de Jerusalém por ocasião da chegada do ano novo judaico.
Peres manifestou seu "respeito" e "simpatia" por Abbas, que recebeu várias críticas em Israel por seu discurso da sexta-feira nas Nações Unidas, onde pediu que a Palestina fosse admitida como Estado de pleno direito.
Muitos veículos de comunicação israelenses, no entanto, consideraram o discurso como duro e mais próprio de seu antecessor, Yasser Arafat.
No entanto, Peres pediu nesta segunda-feira a Abbas que retome de forma "aberta e tranquila" as negociações de paz antes de um mês, como sugeriu o Quarteto (ONU, Rússia, Estados Unidos e União Europeia) em sua declaração no último sábado.
"O Quarteto não tomou partido, apenas nos ofereceu um calendário, que talvez também seja importante para retomar as negociações no próximo mês. Acho que estão dando muita prioridade ao início das negociações, quando o problema é como terminá-las", opinou.
O chefe negociador palestino, Saeb Erekat, anunciou nesta segunda-feira que o Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) estudará na quarta-feira a proposta do Quarteto, após a qual anunciará seu posicionamento, segundo a Agência palestina "Wafa".
Peres e Abbas se reuniram em particular nos últimos meses para tentar retomar as negociações diretas de paz, paralisadas há um ano, em grande parte pela decisão do atual governo israelense de continuar com a ampliação dos assentamentos.
Após 20 anos de diálogo de paz, os palestinos exigem um marco de referência claro para negociar, e a paralisação da ampliação das colônias nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia.
Peres também criticou novamente o processo de entrada da Palestina como Estado membro de pleno direito na ONU, apresentada por Abbas.
"Este tema não pode ser levado à ONU antes do tempo porque a organização não está em condição de garantir segurança a Israel", argumentou.
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, retornou a Jerusalém após apresentar seu posicionamento na Assembleia Geral da ONU, informou seu escritório por meio de uma mensagem no .

domingo, 25 de setembro de 2011


Veterano da luta palestina, Mahmud Abbas tem encontro com a História

Agência AFPPhilippe Agret
O líder palestino Mahmud Abbas, de 76 anos, desempenhou esta sexta-feira, na ONU, o papel mais importante de sua carreira como defensor inquebrantável do direito a um Estado palestino, após ter sido considerado por muito tempo como uma peça de tabuleiro manipulada por Estados Unidos e Israel.
'Abu Mazen' (seu nome de guerra) é a antítese de seu carismático antecessor, Yasser Arafat. É tão discreto e pragmático quanto Arafat - ovacionado nas Nações Unidas, em novembro de 1974 - foi brilhante e adulado.
No entanto, este dirigente moderado é quem tem a responsabilidade de vencer uma das batalhas diplomáticas mais delicadas do interminável conflito entre israelenses e palestinos, embora provavelmente não vá modificar seu curso.
Líder palestino (esq.) entrega o pedido oficial da admissão da Palestina na ONU para o secretário-geral, Ban Ki-Moon 
Líder palestino (esq.) entrega o pedido oficial da admissão da Palestina na ONU para o secretário-geral, Ban Ki-Moon 
Apesar disso, seu poder diminuiu. Depois de ter sido eleito triunfalmente presidente da Autoridade Palestina, em 2005, após a morte de Arafat, não tem mandato desde janeiro de 2009.
Em janeiro de 2006, seu partido, o Fatah, perdeu as eleições legislativas para o Hamas, que expulsou seus partidários de Gaza em julho de 2007, reduzindo sua autoridade às zonas autônomas da Cisjordânia, onde Israel controla aproximadamente 60% do território.
No entanto, conseguiu restabelecer a ordem e a segurança e, com a ajuda de seu premier, Salam Fayad, criou as bases de um Estado viável, segundo os provedores de recursos internacionais.
Mahmud Abbas, que ao lado de Yasser Arafat fundou o Fatah em 1959, foi um dos primeiros dirigentes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que recomendaram uma solução negociada, fazendo contatos desde 1974 com personalidades da esquerda israelense.
Nos anos 1980, defendeu uma "paz dos bravos" com os israelenses.
Foi o principal artífice, do lado palestino, dos acordos de Oslo para a autonomia palestina de 1993.
Isto lhe valeu a reputação de "homem dos americanos" e de interlocutor preferido dos israelenses. Um parceiro que não deixou de defender a não violência e repudiar a opção de uma terceira Intifada.
Mahmud Abbas sempre condenou a "militarização" da Segunda Intifada nos anos 2000, afirmando que se tratava de um erro tático. Em dezembro de 2002, pediu aos palestinos que voltassem aos meios utilizados na Primeira Intifada (1978-1993): "lançar pedras, manifestações e outras formas de protesto pacíficas".
O pedido de adesão plena e total de um Estado da Palestina às Nações Unidas "não foi concebido para isolar o Estado de Israel, mas para isolar sua política de ocupação", afirmou recentemente à direção da OLP em Ramallah.
Abbas foi expulso aos 13 anos de Safed, cidade da Alta Galileia que atualmente fica no norte de Israel. Ele pertence à geração da "Nakba" (Catástrofe), que representa no mundo árabe a criação do Estado de Israel em 1948 e o posterior êxodo dos palestinos.
Mahmud Abbas, que quer entrar para a História da causa palestina, conhece pessoalmente a tragédia dos refugiados, um dos contenciosos mais difíceis com Israel, juntamente com o problema das fronteiras e de Jerusalém, que os palestinos querem transformar em sua capital.
Tags: líder palestino, Mahmud Abbas, nações unidas, onu, yasser arafat

sábado, 24 de setembro de 2011

“A Autoridade Palestina colocou Israel em apuros”, diz historiador judeu


23/9/2011, Por Eduardo Febbro - de Jerusalém

Meir Margalit integra o Parlamento de Israel

O historiador israelense Meir Margalit analisa a iniciativa palestina em busca do reconhecimento de seu Estado na ONU e as consequências sobre a política israelense.
Pacifista e militante do Meretz, pequeno partido da esquerda israelense, Margalit destaca que o presidente da Autoridade Palestina pôs Israel em apuros e fala sobre as contradições da sociedade israelense e a crise da esquerda em seu país.
Ele falou ao correspondente da agência brasileira de notícias Carta Maior, Eduardo Febbro.


Restam muito poucos. É preciso buscá-los com insistência, mas eles estão ali, presentes, solidários, fiéis a si mesmos, dignos, ativos, militantes, apoiados no humanismo que sustenta sua tradição política e comprometidos com a ação: são os homens e mulheres que representam a esquerda israelense, aqueles que, em um momento em que a esquerda de Israel era tragada no redemoinho eleitoral, ganharam um mandato nas urnas.
Meir Margalit é um deles. Legislador da Municipalidade de Jerusalém, secretário geral do movimento israelense contra a demolição de casas (palestinas), ICAHD, Margalit é um pacifista em um país armado, cuja calma e determinação força muros inacessíveis.

Historiador e homem político, Margalit assegura que o presidente da Autoridade Palestina pôs Israel em apuros e destaca as contradições nas quais está mergulhada a sociedade israelense, reconhecendo a crise pela qual passa a esquerda de seu país.

– Como você analisa o pedido de reconhecimento do Estado palestino que Mahmud Abbas formaliza ante a ONU. É um erro estratégico, um gesto desesperado ou apenas um mero gesto simbólico que não acrescenta nada?

– Não, não, de modo algum é um fracasso de Abbas. Muito antes de o pedido de Mahmud Abbas chegar às Nações Unidas, os palestinos já tinham vencido.
E ganharam porque é a primeira vez, desde muito tempo, que eles dão o rumo geopolítico da agenda e da região. É também a primeira vez que conseguem pôr Israel em apuros.
Faz muito tempo que Israel não conhece uma situação semelhante.
Os palestinos encurralaram Israel, obrigaram-no a explicar ao mundo por que se negam a reconhecer um país.

Os palestinos colocaram Israel em uma situação grotesca. Eu creio que, desde essa perspectiva, os palestinos ganharam.
Israel está se desgastando progressivamente. Apesar do veto dos Estados Unidos ao reconhecimento do Estado palestino, quando há mais de 130 países que votam a favor da Palestina isso equivale a uma mensagem muito clara dirigida a Israel.

Está se dizendo ao país: senhores, se vocês seguirem esse caminho, deixarão de fazer parte da grande família de países civilizados.
Trata-se, então, de um grande êxito dos palestinos. É preciso mirar o impossível para obter algo possível.
O que hoje parece impossível será possível cedo ou tarde. Mahmud Abbas teve muita coragem. Dizer não aos EUA como fez Abbas é um ato de saúde mental.
Não conheço muitos líderes no mundo que sejam capazes de dizer aos Estados Unidos: “lamento amigo, mas não estou de acordo com o que vocês fazem”.
Estou convencido de uma coisa: se Israel seguir neste caminho vai colapsar. Não sei se em 20 ou 30 anos, mas esse caminho nos leva a um precipício.
Se alguém não nos detiver, e digo alguém porque nós não temos nem a motivação nem o incentivo para parar, terminaremos nos destroçando em um precipício.

– Quem parece ter cometido um erro estratégico é o primeiro ministro Benjamin Netanyahu. Ao invés de aceitar a possibilidade de um Estado Palestino e acompanhar a decisão impondo condições básicas para Israel, o Executivo se fechou na ameaça e na cegueira.

– Por ser um estúpido, Netanyahu caiu na armadilha. Mas essa é a estupidez típica de todos os nacionalistas. Quando, em algum momento, o nacionalismo assume o controle, perde-se um pouco a sensatez. Netanyahu e o governo israelense a perderam. Sob a influência de grupos extremamente direitistas, Netanyahu errou o cálculo: em vez de fazer um cálculo nacional, fez um cálculo eleitoral.

A sociedade israelense parece ter um olhar duplo que, por curioso que pareça, revela uma mudança: por um lado tem medo de que Israel perca iniciativa e legitimidade, e, por outro, observa os fenômenos que se produzem com uma posição menos intransigente que antes.

É certo que existem mudanças substanciais na sociedade israelense. A mais fundamental é que hoje, no discurso nacional, estão se dizendo coisas que, há dez anos, não se podiam dizer.
Por exemplo, há uma década a postura israelense consistia em dizer: não se devolvem territórios. Hoje, em troca, a questão mudou para converter-se em uma pergunta: que porcentagem de territórios é preciso devolver?
Esta pergunta é muito transcendente e se a observamos sob um olhar de longo prazo vemos em seguida que se produziu uma mudança substancial. Se antes as pessoas se negavam a contemplar a possibilidade de devolver territórios, hoje compreende que é preciso devolver esses territórios e a discussão se concentra em saber em que porcentagem.
Aqui, porém, ocorrem coisas contraditórias.

Por um lado, a sociedade israelense está disposta a considerar a possibilidade de terminar com a ocupação. As pessoas estão muito agoniadas com isso. Por outro lado, e isso é o paradoxal, segue votando nos partidos de direita enquanto que a extrema direita é cada vez mais forte e cada vez mais fundamentalista. Devo admitir que, aqui em Israel, os processos não são pretos ou brancos, há situações paradoxais, contraditórias.
Estamos, então, diante de processos que apontam para direções distintas. É importante destacar uma coisa: nunca a esquerda israelense esteve tão mal no Parlamento e, no entanto, nota-se que o discurso nacional aceita ou repete o que a esquerda vem dizendo há muitos anos.
E o que diz a esquerda israelense? Diz que é preciso acabar com a ocupação. Hoje, a maioria das pessoas, incluindo o primeiro ministro Benjamin Netanyahu, diz que essa ocupação terá que acabar em algum momento.
Encontramos então outro paradoxo: a esquerda nunca esteve pior e também nunca esteve melhor.

– Por acaso o surgimento dessa frente interna que nasceu com os jovens israelenses, os indignados, pode modificar o peso da balança política ou esse foi somente um fenômeno passageiro?

Creio que isso será absolutamente insignificante, não transcendental e em nada mudará o panorama político porque as eleições são dentro de dois anos e a memória do israelense médio é demasiado curta.
Essas pessoas foram demasiadamente pacíficas para que o governo as levasse a sério. Aqui não houve piqueteros e não se queimou sequer um pneu ao longo de dois meses.
Diante de manifestações dessa índole, fica muito fácil para o governo manipulá-las e deixá-las passar. Rapidamente ocorre algum arranjo cosmético, mas em regra geral não vejo que os indignados deixem uma marca na sociedade israelense.

– Como se pode explicar o abismo no qual caiu a esquerda israelense? Ela praticamente despareceu como ator político, carece de credibilidade e de capacidade de mobilização, é uma voz ausente no jogo político nacional. Desapareceu como discurso, como peso político, como mensagem e como sentido.

– Se falamos do trabalhismo isso é certo. Mais do que uma mudança, o trabalhismo sofreu uma degeneração, Hoje sabemos que o trabalhismo nunca foi de esquerda, usavam slogans esquerdistas, mas levavam na prática uma política capitalista e nacionalista. Não se pode ser socialista e também tão sionista como é o trabalhismo.
Que resta então da esquerda aqui? Em última instância, sobramos nós, o Meretz. Meu pequeno partido tem hoje três membros no Parlamento, que conta com 120 assentos.

Estamos no limite de desaparecer porque fomos leais a nossas consignas. Era muito mais fácil tomar um caminho mais direitista e nacionalista e, dessa forma, ganhar alguns votos mais. Nós fomos consequentes e pagamos o preço.
A partir do ano 2000 este país foi para a direita. Ficou mais de direita, mais fundamentalista, mais religioso. A presença de um personagem tétrico como o ministro de Relações Exteriores, Lieberman, me diz que nos convertemos em um país fascista.
Essa é a melhor prova de que Israel se degradou muito. Por quê? Alguns dirão que é uma reação lógica aos atentados palestinos doa anos 2000, outros dirão que isso tem a ver com complexos que vem da época do Holocausto, outros dirão que persistem questões que estão nas próprias raízes do movimento sionista. Seja como for, está claro que a esquerda israelense está em crise.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer


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Tags: esquerda, Israel, Palestina

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bandeira da Palestina (Wikipédia)

Bandeira da PalestinaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.





Bandeira da Palestina Proporções 1:2A bandeira da Palestina é constituída por três listas horizontais com as cores negra, branca e verde (ordem de cima para baixo) e por um triângulo isósceles vermelho com base na tralha.



A bandeira foi desenhada por Sharif Hussein para a revolta árabe contra o Império Otomano de Junho de 1916. Em 1917 o povo palestiniano içou-a como símbolo do movimento nacionalista árabe.



No dia 15 de Novembro de 1988 a bandeira foi adoptada pela Organização para a Libertação da Palestina como bandeira do proclamado Estado da Palestina.



Bandeiras nacionais

Lista de bandeiras nacionais

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domingo, 18 de setembro de 2011

Palestina (Wikipédia)

Palestina

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Área geográfica da Palestina, conforme definida pelo Império Bizantino, no final do século IV, com as fronteiras das dioceses da Palaestina Prima e Palaestina Secunda.
Palestina (em árabe: فلسطين, translit. Filasṭīn; em hebraico: פלשתינה; em grego: Παλαιστίνη, transl. Palaistinē, e em latim: Palæstina), é a denominação histórica dada pelo Império Britânico a uma região do Oriente Médio situada entre a costa oriental do Mediterrâneo e as margens do Rio Jordão. O seu estatuto político é disputado acesamente.
A área correspondente à Palestina até 1948 encontra-se hoje dividida em três partes: uma parte integra o Estado de Israel; duas outras (a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), de maioria árabo-palestiniana, deveriam integrar um estado palestiniano-árabe a ser criado - de acordo com a lei internacional, bem como as determinações das Nações Unidas e da anterior potência colonial da zona, o Reino Unido. Todavia, em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram ocupadas militarmente por Israel, após a Guerra dos Seis Dias.
Há alguns anos, porções dispersas dessas duas áreas passaram a ser administradas pela Autoridade Palestiniana, mas, devido aos inúmeros ataques terroristas que sofre, Israel mantém o controle das fronteiras e está atualmente a construir um muro de separação que, na prática, anexa porções significativas da Cisjordânia ocidental ao seu território.
A população palestiniana dispersa pelos países árabes ou em campos de refugiados, situados nos territórios ocupados por Israel, é estimada em 4.000.000 de pessoas.

Índice

O nome

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ARQUEOLOGIA BÍBLICA

Herodium onde se localiza a Tumba de Herodes
Arqueologia
Arqueologia bíblica | Arqueologia de Israel
Ciência social | Civilização | Egiptologia | Escavação
Datação radiométrica | História Antiga | Sítios
Metodologia arqueológica | Teoria arqueológica
A região era chamada de Palastu pelos assírios.[1]
A palavra Palestina deriva do grego Philistia, nome dado pelos autores da Grécia Antiga a esta região, devido ao facto de em parte dela (entre a actual cidade de Tel Aviv e Gaza) se terem fixado no século XII a.C. os filisteus.
Os filisteus não eram semitas e sua provável origem é creto-miceniana, uma das mais conhecidas (embora recorrentemente mencionadas) vagas dos chamados "Povos do Mar" que se estabeleceram em várias partes do litoral sul do mar Mediterrâneo, incluindo a área hoje conhecida como Faixa de Gaza. Segundo a tradição bíblica os filisteus seriam oriundos de Caphtor, termo associado à ilha de Creta. Este povo é igualmente referido nos escritos do Antigo Egipto com o nome de prst, por onde também passaram e foram repelidos.
No século II d.C., os romanos utilizaram o termo Syria Palaestina para se referirem à parte sul da província romana da Síria. O termo entraria posteriormente na língua árabe e é usado desde então para se referir a esta região.

A evolução histórica

A Palestina, sendo um estreito trecho de favorável passagem entre a África e Ásia, foi palco de um grande número de conquistas, pelos mais variados povos, por se constituir num corredor natural para os antigos exércitos.
Em meados do século XV a.C. a região é conquistada pelo faraó Tutmósis III, mas será perdida no final da XVIII dinastia, para ser novamente reconquistada por Seti I e por Ramsés II. Com o enfraquecimento do poder egípcio em finais do século XIII a.C., a região será invadida pelos Povos do Mar.
Um destes povos, os filisteus, fixa-se junto à costa onde constroem um poderoso reino. Contemporânea a esta invasão é a chegada das tribos hebraicas, lideradas por Josué. A sua instalação no interior gerou guerras com os filisteus, que se recusam a aceitar a religião hebraica.
As tribos hebraicas decidem então unir-se para formar uma monarquia, cujo primeiro rei é Saul. O seu sucessor, David (início do I milénio a.C.) derrota finalmente os filisteus e fixa a capital do reino em Jerusalém. Durante o reinado do seu filho, Salomão, o reino vive um período de prosperidade, mas com a sua morte é dividido em duas partes: a norte, surgirá o reino de Israel (com capital em Samaria) e a sul, o reino de Judá (com capital em Jerusalém).
Abrevie-se para afirmar que, salvo breves intervalos, a região foi dominada por outras potências tais como a Assíria (722 a.C.), os babilônicos (fins do século VII a.C.), os persas aquemênidas (539 a.C.), os greco/macedónios (331 a.C. permanecendo em poder dos ptolomaicos de 320 a 220 a.C. e dos Selêucidas de 220 a 142 a.C.) passando por uma retomada pelos locais Asmoneus que dominaram daí até o ano de 63 a.C. quando sobreveio o domínio romano, época da qual a maioria das pessoas tomou conhecimento (embora fantasioso) pela filmografia recente.
No ano de 66 d.C. inicia-se uma rebelião dos judeus que foi fortemente reprimida pelos romanos com a destruição do templo de Iavé no ano de 70, e só no ano de 131 a pax romana foi novamente abalada por rebeliões ao fim das quais o imperador Adriano tornou Jerusalém na Colonia Aelia Capitolia.
Passando pela divisão do Império Romano, a região viveu entre 324 d.C. e 638 d.C., extrema prosperidade e crescimendo demográfico, sendo de se considerar que a esta altura a população era de maioria cristã, aliás, religião oficial do Império Bizantino.
No ano de 614 a região acaba de ser ocupada pelos persas Sassânidas que mantém seu jugo até o ano de 628 e no ano de 638 toda a região está sob o domínio árabe muçulmano.
De 1517 a 1917 o Império Otomano controla toda região (incluindo Síria e Líbano).
No século XIX (1880 em diante), judeus começam a migrar para a região comprando terras.
Durante a 1ª Guerra Mundial, o Império Otomano apoia a Alemanha, acabando derrotado, com a ajuda de povos árabes que auxiliam às tropas aliadas, com a promessa da constituição de um estado árabe independente, no médio oriente. Na sequência do final da 1ª Guerra Mundial (1917), a parte sul do Império Otomano foi atribuído à Grã-Bretanha (Jordânia, Israel e Palestina) e à França (Líbia e Síria).
Em 1923 a Grã-Bretanha divide a sua zona em dois distritos administrativos, separados pelo rio Jordão, sendo que os Judeus apenas seriam permitidos na zona costeira, a oeste do rio (cerca de 25% da parte britânica). Os árabes dessa zona rejeitam a divisão, receando tornar-se uma minoria e incitados pelo crescente nacionalismo árabe no médio oriente, assim como apoiando-se no acordo pós 1ª Guerra Mundial.
A Grã-Bretanha entrega a resolução do problema às Nações Unidas em 1947. A Assembleia Geral das Nações Unidas determina a partilha da Palestina (os 25% em disputa) entre um Estado Judeu e outro Estado Árabe baseado na concentração das populações, através da resolução 181. A 14 de Maio desse ano os israelitas declaram a constituição do estado de Israel, levando à declaração de guerra por parte de Egipto, Jordânia, Síria, Líbano, Arábia Saudita, Iraque e Iémen. Nos 19 meses seguintes, na chamada Guerra da Independência, Israel acabaria por perder cerca de 1% da sua população, mas sairia vencedora, formando um pais maior que o inicialmente proposto pelas Nações Unidas dois anos antes. Egipto e Jordânia ocupam o território restante.
Em 1967, Egipto, Jordânia e Síria mobilizam os seus exércitos, com vista à destruição do estado Israelita. Naquela que ficaria conhecida como Guerra dos seis dias, Israel derrotou os três exércitos em outras tantas frentes, ocupando a península do Sinai (Egipto), Colinas de Golã (Síria) e Cisjordânia (Jordânia), incluindo o total controlo sobre Jerusalém. Desde esse ano Israel adoptou uma política destinada a promover a instalação de colonatos civis israelitas, expropriando terras aos palestinianos e construindo as casas para os seus cidadãos. Esta atitude é uma violação da Convenção de Genebra, que proíbe os vencedores de uma guerra de colonizar terras estrangeiras anexadas.
O presidente americano Jimmy Carter, em 1978, juntou o presidente egípcio (Sadate) e o primeiro-ministro israelita (Begin) em Camp David, a fim de estabelecer o primeiro tratado de paz de sempre entre israelitas e árabes. Foi aqui acordada a devolução da península do Sinai, retirando os colonatos aí existentes, bem como o restabelecimento de laços políticos e económicos.
No ano de 1982, Israel devolve a península do Sinai ao Egipto.

O domínio árabe

Ao contrário de várias potências que por ali só estenderam seu domínio de passagem, as vezes legando a administração da região a potentados locais, os árabes (à semelhança dos antigos hebreus) se estabeleceram na região, e o primeiro elemento cultural que introduziram foi a língua uma vez que aparentada com o aramaico, obteve fácil aceitação.
Desde o ano de 660 até 750, vigorou o domínio omíada, cuja capital era Damasco datando daí a construção do Nobre Santuário na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, substituída pela dinastia dos abássidas cuja capital era Bagdá que dominou até o ano de 974, seguindo-se a dinastia dos fatímidas que perduraram até o ano 1071.
Ao fim do longo domínio árabe de mais de quatro séculos, a religião islâmica acabou amplamente majoritária, seguindo-se de uma pequena minoria de cristãos e um menor número ainda de judaítas Samaritanos, até quando, no ano de 1072, sobreveio a conquista da região pelos turcos seldjúcidas que tinham capital em Bagdá.
No ano 1099 com a Primeira Cruzada europeus conquistaram Jerusalém e lá estabeleceram o seu domínio sob o nome de Reino Latino de Jerusalém cuja existência periclitante em meio à sociedade islâmica se demorou até o ano de 1187 quando a cidade foi reconquistada por Saladino.

As cruzadas

O Império Otomano

Após a expulsão dos Cruzados, a Palestina tornou-se parte do Sultanato mameluco do Egipto, integrada no distrito (Wilayah) de Damasco.
Sob a administração mameluca a região viveu cerca de 100 anos de prosperidade, com a consequente reconstrução de escolas, mesquitas destruídas ou negligenciadas durante o período dos Cruzados. Em torno de 1382 a expansão territorial dos Mamelucos leva-os a confrontarem os Mongóis, e posteriormente os Otomanos. Estas campanhas vão estender-se até 1516, quando as forças do Sultão Selim I derrotam os Mamelucos na batalha de Marj Dabiq, e ocupam a totalidade da Palestina.
Durante os próximos 400 anos, o nome Palestina praticamente desaparece, pois a designação oficial sob a administração turca, uma vez que estes dividem o território em sub-províncias (vilayet) que recebiam o nome da sua cidade capital (ex.: vilayet de Sídon).
Em 1799, durante a Guerras Napoleónicas, e no âmbito da Campanha do Egito, as tropas napoleónicas invadem por pouco mais de um mês as cidades de Jaffa, Haifa e Caesarea; é ainda nesta altura, durante o cerco a Acre, que um estadista europeu publicamente avança com a ideia de um estado judaico na Palestina. De facto, Napoleão tinha uma proclamação preparada nesse sentido, mas nunca chegou a ser publicada.
Extensão do Império Otomano.
Entre 1832 e 1840 esteve sob administração do Egipto de Muhammad Ali, voltando à dependência directa do Império Otomano no fim desse período.
Em 1873 a região é reorganizada administrativamente, sendo dividida em três grandes àreas: a Norte, de Jaffa a Jericó e o Rio Jordão a pertencer ao vilayet de Beirute. De Jaffa, ao longo da costa até ao Sinai, pertencia ao distrito de Jerusalem, enquanto o restante território Península do Sinai, Deserto de Negev pertencia ao vilayet de Hijaz, que se estendia até à parte ocidental da Arábia.
É também em torno desta data que os primeiros emigrantes judeus europeus, sionistas, começam a chegar à Palestina. A escola Mikveh Israel tinha sida fundada em 1870 pela Alliance Israélite Universelle, com o objectivo de ensinar aos colonos como cultivar a terra, por forma a obter os melhores resultados. As terras exploradas por estes colonos eram arrendadas directamente à administração Turca.
Apesar das designações oficiais, o termo Palestina foi utilizado de forma informal, não só pelas populações locais, como em algumas situações, mesmo pelos Otomanos; a partir do século XIX a expressão Arz-i Filistin (A Terra da Palestina) aparece em vários documentos oficiais para indicar uma região a Oeste do Rio Jordão num sentido lato.
O Império Otomano era um dos membros da Tríplice Aliança, e portanto inimigo da Inglaterra na Primeira Guerra Mundial. Os ingleses, sobretudo a partir do Egipto lançaram várias ofensivas contra os turcos, nomeadamente através das acções de Lawrence da Arábia, que à frente das forças arabes conquista a região, chegando até Damasco a 1 de Outubro de 1918. Contudo, um ano antes, a 2 de novembro de 1917, o então ministro britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, havia enviado a Lord Rothschild a carta, conhecida como a Declaração de Balfour, na qual comprometia a Inglaterra na criação de um estado judaico.
Com o Tratado de Versalhes a Palestina no seu sentido lato é dividida entre a França, que ocupa os actuais Libano e a Síria, e a Inglaterra.
O enquadramento legal desta situação será dado pelo Mandato Britânico na Palestina, por decisão da Sociedade das Nações, que, com base no Acordo Sykes-Picot previa que a Palestina seria colocada sob administração internacional. Esta situação iria manter-se até ao final da Segunda Guerra Mundial.

Do Mandato Britânico a Israel

Apoiada no Mandato Britânico na Palestina, o Reino Unido estabelece uma administração semi-colonial, que apesar da Declaração de Balfour é reticente quanto à emigração judaica, tentando apaziguar a reacção da população árabe - receosa de passar a ser uma minoria, por um lado, e por outro sentindo-se traída pelas promessas feitas por Lawrence da Arábia durante a guerra contra os turcos a Faiçal, e depois quebradas.
A insatisfação é crescente entre os grupos de sionistas. Então, já em 1931, surge o primeiro grupo terrorista conhecido como tal, o Irgun. Essa força para-militar sionista consistia em apressar a criação do estado de Israel pela imposição da força, expulsar e massacrar os povoados palestinianos que se recusavam a vender suas terras aos sionistas, tal como vemos aconteceu com vila Deir Yassin.
A ascensão do Nazismo e as perseguições aos judeus aumentam a pressão migratória sobre a administração inglesa, que, face a uma crescente oposição árabe, à qual não é estranha a ajuda nazi ao Grão-Mufti de Jerusalém, Mohammad Amin al-Husayni, na propaganda antijudaica, fecha cada vez mais os portos, chegando mesmo a repatriar emigrantes judeus para a Alemanha nazi.
No final da Segunda Guerra Mundial, os sobreviventes do Holocausto são impedidos de emigrar para a Palestina pela administração britânica. Os ânimos de ambos os lados exaltam-se e são acompanhados por uma escalada de violência que a Inglaterra já não consegue conter.
O Reino Unido, enfraquecida pela guerra e debilitada pela acção dos grupos judaicos extremistas - que, após uma trégua durante a guerra, regressam mais activos e combativos no apoio à emigração clandestina e na luta armada - e de grupos árabes igualmente activos, entrega a administração da Palestina à recém-criada Organização das Nações Unidas(ONU).
O aumento dos conflitos entre judeus, ingleses e árabes forçou a reunião da Assembleia Geral da ONU, realizada em 29 de Novembro de 1947, que deliberou a partição da Palestina em dois estados, um judeu e outro árabe, que deveriam formar uma união económica e aduaneira.
A 14 de Maio de 1948 David Ben-Gurion declara o nascimento do Estado de Israel, ao assinar a Declaração de Independência. A Liga Árabe recusa esta partilha, e não reconhece Israel.

Da Fundação de Israel à actualidade

Em 15 de Maio de 1948, um dia depois da fundação do Estado de Israel, sete exércitos de países da Liga Árabe atacaram Israel.
Durante a Guerra árabe-israelita, estimulada pelos países árabes, a maioria da população árabe da Palestina foge para os países vizinhos (Líbano, Jordânia, Síria e Egito) em busca de segurança. Com a vitória de Israel, a maioria desses refugiados, cerca de 750 mil, fica impedida de regressar às suas terras.
É na sequência do trabalho efetuado no apoio a estes refugiados que nasce o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Após um período inicial de estadia nos países árabes vizinhos, muitos destes refugiados são expulsos desses países de acolhimento, dirigindo-se para o sul do Líbano, onde permanecem em campos de refugiados até hoje.
Em 1964, o Alto Comissariado da Palestina solicitou à Liga Árabe a fundação de uma Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cujo missão estatutária é a destruição do Estado de Israel. Em 1988, a OLP proclamou o estabelecimento de um estado palestiniano. O principal líder da organização foi o egípcio Yasser Arafat, falecido em 2004. Arafat, após anos de luta contra Israel, renegou a luta armada, a violência e o terrorismo e iniciou as negociações que levaram aos Acordos de Paz de Oslo.
Desde 1994 parte da Palestina está sob a administração da Autoridade Nacional Palestiniana, como resultado dos Acordos.
Atualmente a Palestina é governada pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, e pelo presidente Mahmoud Abbas, do Fatah, tendo havido confrontos armados entre os dois grupos em Gaza em 2007.

Referências

  1. Donald A. Mackenzie, The Myths of Babylonia and Assyria, Chapter XVIII: The Age of Semiramis [em linha]

Ver também

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