domingo, 29 de novembro de 2009

Bin Laden esteve "ao alcance" dos EUA em 2001, diz relatório

da BBC Brasil

Um relatório apresentado pelo Senado dos Estados Unidos concluiu que o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, estava "ao alcance" das forças militares americanas no Afeganistão no final de 2001.

Segundo o documento, preparado por democratas da Comissão de Relações Exteriores do Senado, os militares pediram reforço para intensificar as operações naquela época, mas não obtiveram.

'Enquanto a vasta estrutura do poderio militar americano era mantido em segundo plano, o comando dos Estados Unidos preferiu confiar em ataques aéreos e em milícias afegãs destreinadas', afirma o relatório, em relação à operação para perseguir Bin Laden no complexo de cavernas e túneis nas montanhas conhecido como Tora Bora.

"Por volta do dia 16 de dezembro (de 2001), dois dias depois de redigir seu testamento, Bin Laden e seus guarda-costas saíram a pé de Tora Bora, sem serem incomodados, e desapareceram na área tribal e sem lei do Paquistão", completa o documento.

Bush

O relatório critica ainda os membros do governo do então presidente, George W. Bush, e os comandantes militares da época, e rejeita alegações dadas por eles de que as informações de inteligência recebidas sobre a localização de Bin Laden naquele momento eram inconclusivas.

"A revisão de documentos daquela época, dados não classificados coletados pelo governo e entrevistas com pessoas centrais a este relatório remove qualquer dúvida pendente e deixa claro que Osama Bin Laden estava a nosso alcance em Tora Bora", afirma.

Os autores do texto apresentado pelo Senado americano reconhecem que a captura do líder da Al Qaeda "não teria eliminado a ameaça terrorista no mundo".

Mas eles acrescentam que "as decisões que abriram as portas para sua fuga para o Paquistão permitiram a Bin Laden emergir como uma poderosa figura simbólica que continua a atrair um fluxo estável de dinheiro e a inspirar fanáticos em todo o mundo", conclui.

O relatório é apresentado no momento em que o presidente Barack Obama se prepara para anunciar uma decisão sobre o envio de novas tropas para o Afeganistão.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dubai, o Emirado dos projetos faraônicos

DUBAI, Emirados Árabes Unidos, 26 Nov 2009 (AFP) - Ameaçado de bancarrota pela incapacidade de saldar sua dívida, o Emirado de Dubai construiu seu sucesso em vários projetos faraônicos, tanto imobiliários quanto turísticos.

O último é Burj Dubai, a torre mais alta do mundo com mais de 800 metros, que deve ser inaugurada no dia 4 de janeiro.

Esta torre de 160 andares, em construção desde 2004 por um custo avaliado em um bilhão de dólares, constitui o elemento central de um gigantesco projeto de novo bairro de 20 bilhões de dólares, o Downtown Burj Dubai, que inclui o Dubai Mail, o maior shopping center do mundo, segundo seus promotores

No segundo semestre de 2008, o Emirado, cujas ambições pareciam então sem limite, anunciava novos projetos gigantescos, entre eles uma nova cidade, Jumeirah Gardens, de quase 90 bilhões de dólares, e uma torre de 1 km de altura, a Nakheel Harbour and Tower, em torno de um centro empresarial de 28 bilhões de dólares.

O Emirado também lançou a construção de três ilhas artificiais em forma de palmeira.

A única já terminada, Palm Jumeirah, tem milhares de apartamentos, mansões e hoteis de luxo, entre os quais o Atlantis-The Palm. Desde sua inauguração, em novembro de 2008, o estabelecimento de 1.539 quartos se tornou uma atração turística, da mesma forma que o famoso Burj Al-Arab, em forma de vela, apresentado como o único hotel sete estrelas do mundo.

Outro projeto faraônico é o The World, um conjunto de 300 ilhas artificiais ao largo de Dubai.

A inauguração de Dubailand - uma Disney em grande escala orçada em 64 bilhões de dólares - também foi adiada.

O Dubai Festival City tem 20.000 apartamentos, 50.000 escritórios, 3.500 quartos de hotel, 100 restaurantes e dois shoppings.

Dubai também tem o Mall of Emirates, inaugurado em 2005 e famoso por contar com a maior pista de esqui coberta do mundo, a Ski Dubai. O Mall of Arabia, apresentado como o maior shopping center do mundo, deve ser inaugurado em 2016.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"Não adianta deixar o Irã isolado", diz Lula

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira no programa Café com o Presidente que recebe nesta tarde o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, como forma de incluir o país nas conversas sobre a paz no Oriente Médio. Lula teve encontros nos últimos dias com presidentes de Israel e da Autoridade Palestina.

"Não adianta você deixar o Irã isolado. Se o Irã é um ator importante em toda essa discórdia, é importante que alguém sente com o Irã, converse com o Irã e tente estabelecer um ponto de equilíbrio, para que a gente volte a uma certa normalidade no Oriente Médio", disse Lula no programa de rádio, quando criticou os países que não dialogam com o Irã.

A presença de Ahmadinejad no Brasil atraiu críticas de grupos que afirmam que há falta de liberdade e democracia no Irã e que atacam o presidente iraniano por declarações em que ele negou a existência do Holocausto.

"São três países que estão envolvidos em conflito, três países que têm muita responsabilidade pela paz no Oriente Médio, e tem muita gente que acha que nós deveríamos receber só um, ou seja, iraniano acha que nós deveríamos receber só Irã, palestinos acham que nós deveríamos receber só palestinos e judeus acham que nós deveríamos receber só judeus", declarou Lula.

Nos últimos dias, Lula recebeu o presidente de Israel, Shimon Perez, e o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas.

"Ora, acontece que se tem um conflito, se tem uma divergência, e não é curta, é uma divergência muito longa, de muito tempo, não adianta você isolar as pessoas. É preciso você estabelecer um diálogo, uma política muito séria de conversação, para que você possa, então, acreditar que é possível estabelecer a paz no Oriente Médio", acrescentou.

Ele lançou suspeitas sobre a dificuldade em se chegar a um acordo na região. "É preciso que a gente agora comece a perguntar quem é que não quer a paz. E detectar quais são os grupos que estão radicalizando para não ter a paz. Porque é com esses que nós precisamos procurar parceiros para conversar", disse.

Lula afirmou ainda que conversa com todas as partes e que não aceita intolerância. "Quem acha que a gente não pode conversar é tão intolerante quanto aqueles que não querem a paz."

Ele defendeu ainda que se chegue a uma proposta única de paz em cada país, afastando as divergências. Para o presidente, que considera o atual momento "rico" ao mostrar a capacidade de conversação do Brasil, cabe a Organização das Nações Unidas negociar a paz na região.

"A ONU deveria estar negociando, estabelecer com os países qual é o critério, qual é base para fazer o acordo e fazer o acordo e viver tranquilo", afirmou.

Depois de receber os três presidentes, Lula anunciou que em março visitará Israel, Jordânia e Palestina. Ele voltou a dizer que pretende fazer o "jogo da paz" entre a seleção brasileira de futebol e uma seleção mista composta de israelenses e palestinos em um estádio neutro.

"E eu acho que isso poderia mexer com a cabeça de muita gente."

(Reportagem de Carmen Munari)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lula diz a Abbas que Israel deve parar de construir casas na Cisjordânia

Especial para o UOL Notícias
Em Salvador

Em um encontro de quase uma hora na manhã desta sexta-feira (20) com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Israel deve parar "imediatamente" a construção de 900 casas em um assentamento na Cisjordânia. O encontro entre os dois líderes aconteceu no Museu da Santa Casa da Misericórdia, no centro histórico de Salvador.

  • Eraldo Peres/AP

    O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, cumprimenta o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante um encontro em Salvador. Na semana passada, Lula recebeu o presidente de Israel, Shimon Peres, que o convidou a participar do diálogo de paz no Oriente Médio

De acordo com Lula, Israel demonstraria que não quer a paz na região se não suspender as construções. "Se continuar construindo na capital palestina, Israel está complicando a paz, quer que nos distanciemos da paz. Pedimos não apenas a retirada das 900 casas, mas de todas as atividades de construção nos territórios ocupados. E estas palavras foram ditas pelo presidente [dos Estados Unidos, Barack] Obama", afirmou Lula.

"A paz justa e duradoura depende de um Estado palestino coeso e próspero. A comunidade internacional não pode se conformar com menos que isso", afirmou Lula após a reunião com Abbas.

Durante o encontro, Lula também pediu a Abbas que mantenha os "interesses palestinos acima dos seus próprios". Em resposta, o presidente da Autoridade Nacional Palestina afirmou que Lula faz "parte desse patrimônio, por sua liderança, sua moderação e pelo ânimo e confiança que injeta".

Lula, que vai se encontrar com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na próxima segunda-feira, classificou de "minoritárias e sectárias" as pessoas que estimulam o conflito na região. "O Brasil tem todo o interesse em ajudar, ninguém pode ter a primazia de negociar a paz."

Ontem, Lula e Abbas jantaram no Palácio de Ondina (residência oficial do governo baiano), e acertaram todos os detalhes para a assinatura de um protocolo de intenções de cooperação técnica.

Depois do encontro da manhã de hoje, Lula seguiu para a fábrida da Ford, em Camaçari (região metropolitana de Salvador), onde participou de uma solenidade sobre a ampliação de investimentos na empresa.